quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

São Silvestre tem poucas estrelas estrangeiras e premiação modesta


Mariana Lajolo e Paulo Cobos
Da Folhapress
Em São Paulo

Em Londres, o bilionário grupo Virgin pagou cerca de R$ 50 milhões para colocar, a partir de 2010, seu nome na maratona local, batizada antes por 14 anos com a marca de uma margarina. Na São Silvestre, a mais tradicional prova do atletismo brasileiro, os quatro principais patrocinadores nem têm suas marcas estampadas no site oficial do evento.

Esses dois exemplos, mesmo levando em conta a realidade econômica dos dois países, ajudam a explicar por que a corrida paulista tem hoje poucas estrelas, premiação modesta e resultados decepcionantes. O recorde masculino perdura desde 1995, e o feminino, desde 1993.

A mais badalada corrida do país não embarcou na onda do milionário marketing que tomou conta das provas de rua do atletismo nos últimos anos.

Das cinco principais maratonas do mundo (Berlim, Boston, Chicago, Londres e Nova York), quatro são batizadas com o nome de empresas. Boston, a exceção, coloca, no entanto, a marca de um patrocinador no seu logotipo oficial. Todas elas contam com pelo menos o dobro de patrocinadores da São Silvestre e montaram ousados projetos para se tornarem mais conhecidas.

Em Nova York, por exemplo, até o trabalho para conseguir uma vaga para disputar a corrida é um grande chamariz. Os interessados participam de uma espécie de loteria para serem um dos quase 40 mil corredores -na São Silvestre, a inscrição é por ordem de chegada.

A Maratona de Londres tem um famoso projeto para angariar fundos destinados a instituições de caridade que levantou mais de R$ 1 bilhão desde 1981, quando começou.

Com mais dinheiro, as corridas de rua do mundo podem pagar prêmios polpudos, atraindo a elite do esporte.

Em Boston, quem vencer a corrida e ainda quebrar o recorde mundial da maratona pode faturar mais de R$ 350 mil. Na São Silvestre, o vencedor leva R$ 28 mil. Em cinco anos, a premiação total destinada aos atletas aumentou somente 28% na prova paulistana.

Procurada pela reportagem, a organização da São Silvestre preferiu não comentar os investimentos feitos na prova. Thadeus Kassabian, diretor da Yescom, empresa que administra a corrida, disse que não falaria sobre questões financeiras.

Ele afirma que o número de patrocinadores da edição de 2010 da São Silvestre é o mesmo do ano passado e que o interesse das empresas pelas corridas da rua vem aumentando.
A prova do dia 31 tem em 2009 menos patrocínios do que outras corridas brasileiras, como a Maratona de São Paulo.

Hoje, a disputa, que ainda é gerenciada pela Fundação Casper Líbero, é bancada em boa parte pela Rede Globo. A emissora tem uma política de não associar times ou eventos esportivos a patrocinadores. Faz isso, por exemplo, no vôlei. Inscrição paga pelos atletas é boa fonte de faturamento
Com política nada agressiva de marketing, a São Silvestre, cuja edição de 2009 começa às 16h47 de quinta-feira (a elite das mulheres começa a correr 17 minutos antes), tem o valor das inscrições como uma das duas principais fontes de faturamento. Os amadores pagaram uma taxa que variou, de acordo com quando ela foi paga, de R$ 75 a R$ 90. Assim, na pior das hipóteses, a organização, com os 20 mil inscritos, vai arrecadar R$ 1,5 milhão. Na Maratona de Nova York, a inscrição custa, no mínimo, o equivalente a mais de R$ 250.

Advogados da Globo não liberam novela de Aguinaldo Silva

VITOR MORENO
colaboração para a Folha Online

A próxima novela de Aguinaldo Silva, que tem o título provisório de "Marido de Aluguel", ainda não conseguiu ser aprovada pelo departamento jurídico da Globo.

A informação foi postada pelo autor de "Senhora do Destino" e "Cinquentinha" em seu blog nesta semana e confirmada ontem pela Central Globo de Comunicação.

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A novela está sendo analisada pelos advogados da emissora porque eles acreditam que pode haver "problemas em relação à autoria, que precisam ser sanados", segundo o autor.

No blog, Aguinaldo conta que quinze pessoas, que participaram de uma oficina de roteiros ministrada por ele, colaboraram com o projeto.

"Embora todas [as pessoas] tenham assinado documento renunciando aos direitos sobre ele [o roteiro], é preciso que haja certeza -estabelecida juridicamente- de que isso não será contestado", explica.


Zé Paulo Cardeal/TV Globo
Aguinaldo Silva, de "Senhora do Destino" e "Cinquentinha"; última novela do autor ainda não foi liberada pelos advogados da Globo
Aguinaldo Silva, de "Senhora do Destino" e "Cinquentinha"; última novela do autor ainda não foi liberada

Aguinaldo diz que, caso o acerto não ocorra, a novela não deve ir ao ar.

"Sou muito pragmático quando a essa possibilidade. Para mim, sinopse é igual a orgasmo, a gente perde um, mas daqui a cinco minutos tem outro", diz.

Ele diz ainda que, caso a sinopse não se transforme em novela, deixará de dar aulas de roteiro.

"A ideia original foi minha, e eu não posso, pelo menos uma vez por ano, inventar uma história original e depois dá-la como perdida... ainda mais de graça", escreveu.

Detido após briga, Maguila diz que deu soco em segurança para se defender

da Folha Online

O ex-boxeador Adilson Rodrigues, o Maguila, e três seguranças foram levados ao 10º Distrito Policial (Penha) na manhã desta quarta-feira após uma briga na entrada do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste de São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança, Maguila disse que os seguranças tentaram agredi-lo e, para se defender, deu um soco em um dos funcionários do parque.

Miguel Schincariol/Folha Imagem
Maguila depõe em delegacia da zona leste de SP após brigar com segurança de parque
Maguila depõe em delegacia da zona leste de SP após brigar com segurança de parque

A polícia foi acionada por volta das 7h, depois que um segurança proibiu que Maguila entrasse com seu carro por um portão de acesso restrito do parque --usado apenas por funcionários. Todos os envolvidos foram liberados após depoimento.

Em depoimento à Polícia Civil, Maguila disse que os seguranças do parque estariam armados com um facão. Já os funcionários afirmaram que foi Maguila quem iniciou as agressões. De acordo com a Secretaria da Segurança, eles disseram que, para evitar a agressão, pegaram um facão, quando foi apreendido pela polícia.

O caso foi registrado como lesão corporal e ameaça. "Devido às diferentes versões, será instaurado um inquérito policial para apurar o caso", informou a secretaria.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Assaltantes aproveitam brecha na lei para usarem armas de brinquedo



O estatuto de desarmamento diz que é proibido fabricar ou vender armas falsas. A exceção é quando elas são encomendadas, com autorização do Exército, para serem usadas em treinamento de agentes.


Uma brecha na lei está dificultando a punição de um tipo de um crime que tem feito muitas vítimas no país: o assalto com arma de brinquedo. A reportagem é de César Galvão.

Durante 45 dias, os policiais se misturaram à multidão no Itaim, um bairro nobre de São Paulo, a procura de ladrões. Foram presas 24 pessoas e apreendidas 12 armas. Seis eram de brinquedo.

O estatuto de desarmamento diz que é proibido fabricar ou vender armas falsas. A exceção é quando elas são encomendadas, com autorização do Exército, para serem usadas em treinamento de agentes de segurança.

"Vários criminosos afirmaram isso: 'Eu porto esse tipo de arma porque eu saio pela porta da frente da delegacia'", conta Marco Antonio de Paula Santos.

Portar arma de brinquedo era crime até a lei mudar em 2003. Para o advogado criminalista Sergei Cobra, a mudança abriu uma brecha para que o portador de armas falsas não seja processado pela Justiça.

"Tenho certeza de que o legislador deu um passo atrás no momento em que tirou da sociedade, tirou do âmbito jurídico, a possibilidade de punir a arma de fogo de brinquedo. Porque ela aterroriza. Ela constitui um dano. É uma necessidade para a sociedade de penalização tão importante quanto uma arma de verdade", avalia Cobra.

Apesar de a comercialização ser proibida no Brasil, as armas falsas são contrabandeadas e podem ser compradas pela internet ou em lojas. As armas de brinquedo são idênticas às verdadeiras. Não atiram, mas enganam as vítimas.

Quatro rapazes foram assaltados. Quando os ladrões foram presos, descobriu-se que a pistola era falsa. O policial também sofreu uma tentativa de assalto e não percebeu que a arma era de brinquedo.

"Era simulacro, mas na hora não dá para saber. Foi muito rápido. Do ângulo que ele puxou, não dá para ver a arma direito", conta o investigador Nicolas Alves Dias.

Por isso, a polícia faz um alerta: nunca reaja a um assalto.

"Todas as pessoas devem partir do princípio, sempre - isso é muito importante que se frise - que a arma é verdadeira. Porque da mesma forma que encontramos várias armas de brinquedo, há armas verdadeiras e uma dessas pode tirar a vida da pessoa que tentar reagir ou se for buscar saber se a arma é verdadeira ou não", alerta o delegado Marco Antônio.