* * * Extraído do Portal UOL * * *
DE SÃO PAULO
Oscar
Niemeyer, principal nome da arquitetura no Brasil, morreu hoje, aos 104 anos,
no Rio.
O
arquiteto carioca, que completaria 105 anos em 15 de dezembro, deu entrada no
hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio, em 2 de novembro, a
princípio para tratar de uma desidratação, em sua terceira internação no ano.
Mais tarde, porém, Niemeyer apresentou hemorragia digestiva e houve piora em
sua função renal. Na terça-feira (4), uma infecção respiratória levou a uma
piora no estado clínico de Niemeyer.
Em outubro, ele havia
ficado duas semanas no hospital também por causa de uma desidratação. Em maio,
o teve pneumonia e chegou a ficar internado na UTI. Recebeu alta depois de 16
dias. Em abril de 2011, foi submetido a cirurgias para a retirada da vesícula e
de um tumor no intestino. Na ocasião, ele ficou internado por 12 dias por causa
de uma infecção urinária.
Nascido no bairro de Laranjeiras, no Rio, Oscar
Niemeyer se formou em arquitetura e engenharia na Escola Nacional de Belas
Artes em 1934. Em seguida, trabalhou no escritório dos arquitetos Lúcio Costa e
Carlos Leão, onde integrou a equipe do projeto do Ministério da Educação e
Saúde.
Por indicação de
Juscelino Kubitschek (1902-1976), então prefeito de Belo Horizonte, Niemeyer
projetou, no início dos anos 1940, o Conjunto da Pampulha, que se tornaria uma
de suas obras brasileiras mais conhecidas.
Em 1945, o arquiteto
ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), entrando em contato com Luiz
Carlos Prestes e outros políticos. Ao longo das décadas, travou amizades com
diversos líderes socialistas ao redor do planeta, viajando constantemente à
União Soviética --conjunto de países comunistas liderado pela Rússia-- e a
Cuba.
Em 1947, Niemeyer fez parte da comissão de arquitetos
que definiria o projeto da sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova
York. A proposta elaborada por Niemeyer com o franco-suíço Le Corbusier serviu
de base para a construção do prédio, inaugurado em 1952.
Durante os anos 50,
projetou obras como o edifício Copan e o parque Ibirapuera, ambos em São Paulo,
além de comandar o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Novacap,
responsável pela construção de Brasília.
Ao lado de Lúcio
Costa, ajudou a dar forma à nova capital, concebendo edifícios como o Palácio
da Alvorada e o Congresso Nacional.
Inaugurada em abril
de 1960, Brasília transformou a paisagem natural do Brasil central em um dos
marcos da arquitetura moderna.
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