sexta-feira, 29 de maio de 2015

Beber quatro cafés por dia está longe de fazer mal à saúde


* * * Extraído do Portal UOL * * *
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) recomendou oficialmente que o consumo diário de cafeína não ultrapasse 400 miligramas para um adulto, ou seja, o equivalente a pouco mais de quatro expressos. Para as gestantes, essa recomendação cai para 200 miligramas por dia e, para crianças e adolescentes, o cálculo é de 3 miligramas por quilo.
Segundo a EFSA, para além desse limite há riscos à saúde, sobretudo problemas cardiovasculares. A EFSA explica que "o risco para a saúde não é enorme, mas ele existe. A principal mensagem é que os consumidores devem levar em consideração as diferentes fontes de cafeína, além do café".
De fato, o órgão europeu se debruçou sobre os riscos causados pela cafeína "proveniente de todas as fontes alimentares" e sobretudo dos energéticos. As conclusões foram obtidas após a análise de 39 pesquisas realizadas em 22 países europeus, que no final envolveram mais de 66.500 pessoas.
A frase que ficará dessa meta-análise (feita sobre a base de dados obtidas de outros estudos) poderá ser: "Não se deve beber mais de quatro cafés por dia". Do outro lado do Atlântico, as pessoas preferem ver o copo (de café) meio cheio. O Comitê Consultivo para as Recomendações Alimentares dos Estados Unidos (Dietary Guidelines Advisory Committee) também acaba de publicar um documento que menciona, pela primeira vez, o café.
Ele chegou mais ou menos às mesmas conclusões que os europeus, mas as formulou de forma diferente. Na verdade, observou que existe uma série de indícios bem fortes para dizer que o consumo de 400 miligramas de cafeína por dia não é nocivo para a saúde e tem até efeitos positivos.
"O café é uma mistura complexa de produtos químicos, e seus benefícios para a saúde ainda não estão claros", relata o jornal britânico "The Guardian". Mas, pela primeira vez, essa agência de regulação norte-americana diz oficialmente que o café não é fundamentalmente ruim para você, apesar de sua reputação.
A má reputação do café
Existem muitos estudos científicos sobre os efeitos do café. No "New York Times", o pesquisador Aaron E. Carroll tentou compilá-los, fazendo um levantamento das meta-análises, e ele chega à conclusão de que o café, bebido com moderação, é inofensivo ou até benéfico às vezes.
"A maioria de nós não bebe café porque acha que isso pode nos proteger. Mas não há praticamente nenhuma evidência que prove isso."
Para ser bem claro, ele enumera os estudos e suas conclusões.
O consumo de café a longo prazo e os riscos cardiovasculares
Em 2014, uma equipe se debruçou sobre 36 estudos que envolveram mais de 1,27 milhão de pessoas. Conclusão: "As pessoas que tinham um consumo moderado de café, de três a cinco xícaras por dia (segundo o mesmo dr. Carroll, uma xícara representa 8 onças ou 226 gramas), eram as que menos corriam riscos". Aqueles que bebiam mais de cinco xícaras por dia não estavam mais expostos a esse tipo de problema do que aqueles que não bebiam nada.
O consumo de café e os acidentes vasculares cerebrais
Em 2012, dados obtidos junto a 480 mil pessoas mostravam que "o consumo de duas a seis xícaras de café por dia estava associado a um menor risco de AVC, comparado com um consumo zero".
O consumo de café e a insuficiência cardíaca
Outra meta-análise constatou que "um consumo moderado estava associado a um risco menor, e o menor risco de todos estava entre aqueles que consumiam quatro xícaras por dia em média". O mínimo para que "más associações" fossem observadas era de dez xícaras por dia.
O consumo de café e o mal de Parkinson e o mal de Alzheimer
No que diz respeito a distúrbios neurológicos, as meta-análises mais recentes notaram que um consumo moderado de café reduzia os riscos de Parkinson e "tinha um efeito protetor" contra o Alzheimer.
"Ninguém está sugerindo que você deva beber café pela saúde", conclui o pesquisador. "Mas beber café moderadamente está associado a riscos menores para quase todas as doenças cardiovasculares, ao contrário do que se ouve sobre os perigos do café e da cafeína. Não consigo pensar em outro produto que tenha tantas indicações epidemiológicas positivas."
Tradução: UOL

Tags: Café, Notícias, Saúde, UOL

sexta-feira, 15 de maio de 2015

B.B. King, o 'rei do blues', morre aos 89 anos nos Estados Unidos


* * * Extráido do Portal G1 * * *

No início de abril, guitarrista foi hospitalizado após sofrer desidratação.
Ele tinha diabetes tipo 2 e foi internado novamente há poucos dias.

O músico B.B. King, considerado o "rei do blues" e integrante do Hall da Fama do Rock and Roll desde 1987, morreu na madrugada desta sexta-feira (15) em Las Vegas, nos Estados Unidos, aos 89 anos de idade, informou seu advogado.
No início de abril, o guitarrista havia sido hospitalizado após sofrer uma desidratação por causa da diabetes tipo 2 da qual sofria há mais de 20 anos. Ele voltou a ser internado há poucos dias.
A lenda se despede com 16 prêmios Grammy, mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira e músicas que marcaram época, como “Three o’clock blues”, “The thrill is gone”, “When love comes to town”, “Payin’ the cost to be the boss”, “How blue can you get”, “Everyday I have the blues”, “Why I sing the blues”, “You don't know me”, “Please love me” e “You upset me baby”.
Considerado o maior guitarrista de blues da atualidade, verdadeira lenda. Riley B. King, nasceu em 16 de setembro de 1925, no Mississippi, Estados Unidos. Sua infância foi parecida com a de milhares de meninos negros, trabalhadores agrícolas nas grandes plantações de algodão do sul segregacionista.

Tocava nas esquinas e em bares. Comprou o primeiro violão quando a falta de eletricidade no interior do país fazia dos instrumentos musicais a maior atração dos anos de 1940.
O músico foi autodidata, nunca teve professor convencional. Gostava de ser seduzido pelas melodias. Mas teve teve a sorte de contar durante a adolescência com o apoio protetor de Bukka White, seu primo. Este guitarrista, muito renomado na região, deu as dicas de guitarra ao futuro gênio e o levou a descobrir a grande cidade da música, Memphis, para onde se mudou em 1947.
O futuro B.B. King passou a conviver com Sonny Boy Williamson (Rice Miller), Robert Lockwood Jr, Bobby "Blue" Bland e tocava regularmente na Beale Street, onde mais tarde abriu um clube com seu nome, a "Broadway" da música negra nos Estados Unidos.
Sua carreira ganhou novo fôlego em 1949 ao ser contratado como DJ de uma rádio, onde ganhou o apelido que o eternizou, Blues Boy, ou B.B.
Seu primeiro grande sucesso nacional foi “Three o'clock blues”, que estourou nos anos 1950. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer 342 apresentações.
B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.
Paixão era a guitarra
Ele tinha verdadeira paixão por seus instrumentos. Tanto que enfrentou um incêndio durante um show para salvar uma de suas guitarras. O fogo teria começado numa disputa entre dois rapazes por uma garota. Depois desse episódio suas guitarras passariam a ser carinhosamente chamadas de “Lucille”, o nome da jovem.
A fama de suas guitarras ganhou o mundo. Em 1997, King presenteou o papa João Paulo II com uma “Lucille”, no Vaticano.
Em 2012, fez parceria inesperada com o presidente americano Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.
Em outubro de 2014, o guitarrista precisou abandonar um espetáculo em Chicago, diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê, que ainda tinha 8 shows programados.
Aos 86 anos, ainda fazia cerca de 100 apresentações por ano. O último show no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo. Antes, se apresentou no Rio de Janeiro e em Curitiba.
Influente
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, seu talento inspirou outros grandes guitarristas, como Stevie Ray Vaughan, Jeff Beck, Jimi Hendrix, George Harrison, Buddy Guy e Eric Clapton.
Na lista de 2003 dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos, a revista "Rolling Stone" classificou King como nº 3, atrás apenas de Jimi Hendrix e Duane Allman.
B.B. King ganhou diversos Grammy: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com “The thrill is gone”; melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com “There must be a better world somewhere”; melhor gravação de blues, em 1983, com “Blues’N jazz”, e, em 1985, com “My guitar sings the blues”.
Em 1970, "Indianola Mississippi Seeds" concedeu-lhe o Grammy de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. o nomeou “embaixador das guitarras Gibson no mundo”.
King se casou duas vezes. Primeiro com Martha Lee Denton, com quem viveu entre 1946 e 1952; e, depois com Sue Carol Hall, entre 1958 e 1966. O artista deixa 14 filhos e mais de 50 netos.


Tags: B.B. King, Blue, G1, Luto, Jazz, Música