Por g1 Rio
03/10/2024
09h30 Atualizado há 2 dias
* * * Extraído do
Portal G1 * * *
Morreu nesta quinta-feira (3) o jornalista, locutor
e apresentador Cid Moreira, um dos rostos mais icônicos da televisão brasileira, aos 97
anos.
Ele estava internado no Hospital Santa Teresa,
em Petrópolis, na
Região Serrana do RJ, desde o dia 4 de setembro, quando deu entrada com
insuficiência renal crônica. O quadro piorou, e às 8h
desta quinta Cid morreu de falência múltipla dos órgãos.
Segundo o Memória Globo,
Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes.
O corpo do jornalista será enterrado em Taubaté,
sua cidade natal. Ainda não se sabe a data e em qual cemitério será a cerimônia
de despedida.
Estão previstos ainda dois
velórios: um nesta quinta em Itaipava, na Região Serrana, e outro na sexta (4)
no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Vida e carreira
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no
Vale do Paraíba, em 1927 — ele completou 97 anos no
último domingo (29).
O jornalista iniciou a carreira no rádio em 1944,
depois de ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de
locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949,
ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio
Bandeirantes e na Propago Publicidade.
Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde
foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que, entre 1951 e 1956, começou a ter suas primeiras experiências na televisão,
apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite
de Gala”, na TV Rio.
Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu
em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, o que marcou o início de sua
carreira no jornalismo televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo
programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental,
consolidando sua presença na televisão.
Ele estreou o JN
Em 1969, Cid Moreira voltou à Globo para substituir
Luís Jatobá no “Jornal da Globo”, que então ia ao ar às 19h45. No mesmo
ano, foi escalado para a equipe do recém-lançado “Jornal Nacional”,
o 1º telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia ocorreu em setembro de
1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes.
Cid Moreira contou do nervosismo na estreia daquele
que, em pouco tempo, seria o principal telejornal da televisão brasileira. “Eu
chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para
apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo
preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na
capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a
dimensão”, revelou ao Memória Globo.
Dois anos depois, iniciou uma parceria de longa
data com Sérgio Chapelin. Durante 26 anos, Cid foi o principal rosto do JN.
Sua voz tornou-se sinônimo de credibilidade, e seu “boa-noite” diário marcou a televisão brasileira.
Em 1996, uma reformulação do programa trouxe novos
apresentadores, William Bonner e Lillian Witte Fibe, com Cid Moreira
dedicando-se à leitura de editoriais.
‘Senhor
de todos os sortilégios’
Paralelamente, Cid também participou do
“Fantástico” desde sua estreia, em 1973, revezando com outros apresentadores.
Em 1999, ele narrou o famoso quadro de Mr. M, que se tornou
um grande sucesso do programa. Sua voz icônica ficou tão ligada ao quadro que ele
entrevistou o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil no ano
seguinte.
A partir da década de 1990, Cid começou a se
dedicar à gravação de salmos bíblicos. Em 2011, realizou o objetivo de gravar a
Bíblia na íntegra, projeto que se tornou um grande sucesso de vendas.
Em 2010, foi lançada a biografia “Boa Noite – Cid
Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima
Sampaio Moreira. Durante a Copa do Mundo daquele ano, ele gravou a famosa
vinheta “Jabulaaani!” para a cobertura do “Fantástico” e
programas esportivos da Globo, adicionando mais um capítulo à sua ilustre
carreira.
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