quarta-feira, 20 de março de 2013

TV paga terá novo competidor estrangeiro



* * * Extraído do Portal UOL * * *



JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A operadora americana de TV por satélite DishTV se prepara para operar comercialmente no Brasil.

A Folha apurou que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já aguarda o pedido de autorização, após a negociação frustrada de parceria com a Telefônica.

Inicialmente, o controlador da DishTV --o bilionário Charles Ergen-- pretendia firmar acordo com uma operadora no país, uma forma de reduzir os investimentos de entrada. Houve conversas sem sucesso com a Oi.

Com a Telefônica, estudou-se uma parceria efetivamente. A operadora espanhola propôs compartilhar cerca de 670 mil assinantes que hoje recebem TV e internet pela tecnologia de micro-ondas.

Ao vencer o leilão de 4G, em junho de 2012, a Telefônica ficou obrigada a devolver justamente as licenças de TV por micro-ondas porque haverá sobreposição, algo proibido pela legislação do setor.

Esses clientes da Telefônica poderiam ser atendidos via satélite pela DishTV. Mas a empresa americana também queria participação na base de clientes da Telefônica de TV e internet por satélite.

Os espanhóis não concordaram e as negociações foram encerradas.

ANTECEDENTES

A chegada da DishTV ao país está atrelada à Hughes, empresa também controlada pelo bilionário Charles Ergen.

Em agosto de 2011, a Hughes venceu o leilão da Anatel que lhe deu o direito de lançar um satélite em espaço brasileiro.

Com um lance de R$ 145 milhões e um ágio de 3.500%, a companhia americana retirou a Sky da disputa.

Nos EUA, a Sky é controlada pela DirecTV, principal concorrente da DishTV.

Meses após a vitória, a Hughes reposicionou um satélite que estava cobrindo o México para o Brasil. Enquanto isso, discutia com a Telefônica um acordo de parceria.
Pelas regras do leilão, o grupo tem cinco anos para estrear comercialmente no país. Ainda há chances de negociação com outras empresas. Mas, ainda segundo apurou a reportagem, na Anatel, é dado como certo o pedido de autorização sem parcerias.

CENÁRIO

Estima-se que a entrada da DishTV possa reduzir o preço dos pacotes em até 30%.

Para a empresa, o negócio é promissor. Um estudo recente da consultoria Digital TV Research mostra que, até 2017, o Brasil responderá pela maior parte do crescimento de assinantes de TV paga no mundo, contribuindo com a expansão do lucro das empresas que atuarem no país.

Em seis anos, serão US$ 3,8 bilhões em lucros, mais que o dobro do que será possível obter nos Estados Unidos.

Consultadas, as empresas não quiseram se manifestar.



Tags: Dish TV, TV, UOL, Vivo TV

Morre o cantor Emílio Santiago, no Rio de Janeiro


* * * Extraído do Portal UOL * * *

Morreu nesta quarta-feira (20), aos 66 anos, o cantor Emílio Santiago. Emílio estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, depois de sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) no dia 7 de março.
De acordo com o hospital, a morte foi às 6h30, após 13 dias de internação. "Infelizmente foi confirmada a morte do Emílio", contou a assessora do cantor, Eulália, ao UOL
O corpo do cantor será velado nesta quarta-feira na Câmara de Vereadores, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e será aberto ao público. O enterro está marcado para quinta-feira (21), as 11h, no Cemitério Memorial do Carmo, no túmulo que Emílio comprou em 2006 para a mãe
Nascido no Rio de Janeiro em 6 de dezembro de 1946, Emílio Santiago era formado em Direito, mas o vício em ouvir Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e João Gilberto em casa falou mais alto. Com o incentivo de amigos, participou de festivais e concursos musicais, chegando a se apresentar no programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti.
A voz rouca, que embalava de baladas a sambas cheios de swing, conquistou críticos e fãs e o primeiro LP, com seu nome, foi lançado em 1975, com canções de Ivan Lins, João Donato e Nelson Cavaquinho.
O sucesso chegou ao cantor de vez em 1988, ao lançar o disco "Aquarela Brasileira", primeira parte de um projeto de sete volumes, dedicado exclusivamente à música brasileira. A série de gravações ganhou uma versão ao vivo, "O Melhor das Aquarelas Ao Vivo", em 2005.
O último disco de Emílio Santiago foi "Só Danço Samba (Ao Vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD. O cantor estava com quatro shows programados para o mês de março: dia 13 em Campinas (SP), dia 16 na quadra da Portela, no Rio, e nos dias 22 e 23 na capital paulista.
Sua última aparição ao vivo foi no programa "Encontro com Fátima Bernardes", no dia 4 de março, onde cantou um de seus maiores sucessos, "Saigon". 

Tags: Emílio Santiago, Luto, Música, UOL

terça-feira, 19 de março de 2013

Fabricante da cachaça Velho Barreiro negocia venda da empresa, diz jornal


* * * Extraído do Portal UOL * * *

A família Tavares de Almeida, que controla as Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho Três Fazendas (IRB), fabricante das cachaças Velho Barreiro e Tatuzinho, negocia a venda da empresa, segundo o jornal "Estado de S. Paulo".
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, algumas empresas já demonstraram interesse na aquisição, incluindo a multinacional de bebidas Pernod Ricard.
Em nota, o grupo Tavares de Almeida afirmou que é frequentemente procurado por "investidores internacionais", que querem conhecer o segmento de cachaça no Brasil, porém declarou que "não está à venda" e que "não recebeu nenhuma proposta concreta atualmente", informa a reportagem.
O grupo Pernod Ricard negou que esteja em negociações, e o grupo Tavares de Almeida também afirmou não ter recebido nenhuma proposta concreta da multinacional.
Uma das dificuldades para concretizar o negócio seria a dívida tributária da companhia, de cerca de R$ 500 milhões, em impostos federais e estaduais. O presidente do Grupo Tavares de Almeida, Manuel Rodrigues Tavares de Almeida Filho, disse que a cobrança desses impostos é contestada na justiça, de acordo com o jornal. 

Tags: Cachaça, Negócios, UOL

sexta-feira, 15 de março de 2013

Governo anuncia plano para fortalecer direitos dos consumidores




* ** Extraído do Portal G1 * * *


Entre medidas está um projeto para regulamentar comércio eletrônico. 
Ações do governo vão fortalecer os Procons do país.

O governo federal anuncia nesta sexta-feira (15) o Plano Nacional de Consumo e Cidadania, um pacote de medidas que visam fortalecer os órgãos de defesa do consumidor (Procons) e impor regras mais rígidas para a atuação das agências reguladoras de serviços.
Em evento no Palácio do Planalto, o governo anunciou a criação de conselho que vai debater a aplicação de novas normas para aprimorar a defesa do direito dos consumidores. A primeira medida vai ser a definição de uma lista de produtos essenciais, cuja manutenção ou troca por conta de problema ou defeito terão que ser feitas de maneira imediata pelo vendedor.
saiba mais
O mercado financeiro também foi incluído entre as medidas. Segundo o governo, novas normas editadas vão garantir o direito dos consumidores a informações detalhadas sobre, por exemplo, empréstimo feitos junto aos bancos – o que é juros, o que é encargo, dentro do valor que a pessoa vai ter que pagar. Outras medidas pretendem facilitar aos clientes a comparação de preço de serviços oferecidos pelas instituições financeiras.
Fortalecimento dos Procons
Os Procons também serão fortalecidos. O governo vai enviar um projeto de lei ao Congresso que prevê que os acordos feitos em todos os Procons serão considerados títulos executivos judiciais. Isso significa que os Procons terão mais poder para impor as suas decisões e o governo espera que elas deixem de ser discutidas na Justiça, como acontece hoje em muitos casos.
Comércio eletrônico
O pacote do governo dedica um capítulo especial ao comercio eletrônico, que cresceu muito no Brasil nos últimos anos e, por consequência, passou a figurar entre os maiores alvos de reclamações dos consumidores.
Um decreto vai garantir que consumidor terá direito a informações claras e objetivas sobre a empresa e sobre o produto que ele está adquirindo. Além disso, esse mesmo decreto vai obrigar as lojas virtuais a criar canais de atendimento ao consumidor e vai estabelecer procedimentos para quando o cliente se arrepender de uma compra.

De acordo com a secretária de Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, as lojas on-line vão ter que dispor agora de uma ferramenta que permita aos clientes fazer, também pela internet, o cancelamento da compra de um produto ou serviço. Além disso, as empresas ficam obrigadas a comunicar a instituição financeira (operadora de cartão de crédito, por exemplo) que aquele contato foi desfeito, para evitar que haja cobraça.

Hoje, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece o direito de arrependimento em até sete dias após a aquisição. Entretanto, segundo a secretária Nacional do Consumidor, os consumidores enfrentam dificuldades para exercê-lo.

“Estamos criando mecanismo para priorizar o combate ao desrespeito aos direitos dos consumidores”, disse Juliana Pereira. Segundo ele, o decreto prevendo essas mudanças foi assinado hoje pela presidente Dilma Rousseff, mas o comércio eletrônico terá 60 dias para se adaptar a elas. Portanto, apenas em maio as lojas on-line serão obrigadas a cumprir as medidas.
Serviços bancários
O governo também apresentou medidas que pretendem dar mais transparência às cobranças bancárias e permitir aos consumidores fazer comparações dos preços de serviços praticados por cada banco.

Hoje as instituições financeiras já são obrigadas a oferecer aos clientes informações sobre a composição do custo de um empréstimo, por exemplo. De acordo com o chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sergio Odilon dos Anjos, a partir de agora esses detalhes terão que ser apresentados em forma de planilha, o que, na visão dele, vai facilitar a comparação com as condições de crédito ofertadas por outros bancos.

“Não só o banco vai ter que mostrar o custo da operação, como essa planilha vai constar do contrato que eles assinam. É um grande passo para que os clientes exijam seus direitos”, disse ele.

Outra medida é a criação de três novos pacotes padronizados de serviços que todos os bancos terão que oferecer aos clientes. Hoje, o BC apenas exige que as instituições garantam aos clientes um pacote gratuito, com um mínimo de serviços a que eles têm direito, como saques, folhas de cheque, etc.

Esses três novos pacotes se somam ao gratuito – serão quatro, portanto, no total -, e eles terão que estar disponíveis para consulta nos sites e demais veículos de comunicação dos bancos, junto com o preço de cada um. O governo espera que a medida leve a uma queda no custo dos serviços bancários, já que os consumidores vão poder consultar o valor das tarifas e optar pelo banco que oferece a mais barata.

Além disso, as instituições financeiras serão obrigadas a informar aos clientes que, ao invés de contratar um determinado pacote, ele pode optar pelo pagamento de cada serviço, de maneira individual. Essa opção é atraente para quem utiliza pouco os serviços bancários.

Outra mudança é que o detalhamento de custos também será obrigatório nas operações de câmbio. O chamado Valor Efetivo Total (VET) corresponde ao valor sintetizado das taxas de câmbio, tributos e tarifas que possam ser cobradas em uma transação desse tipo. Esses valores terão ainda que ser repassados ao BC, que vai passar a fazer um ranking mensal do VET praticado pelas instituições.
Telecomunicações
Soma-se ao pacote um novo regulamento que vai ser apresentado ainda nesta sexta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e que pretende dar mais transparência à cobrança em serviços como telefonia celular, banda larga e TV por assinatura.

De acordo com o presidente da Anatel, João Rezende, o regulamento não vai permitir, por exemplo, que as empresas cobrem mais caro por um serviço único (telefonia, por exemplo) do que por um pacote completo (os chamados combos, com TV e banda larga).

Rezende disse ainda que a agência pretende credenciar uma entidade que vai ser responsável por oferecer aos consumidores um serviço que compare o valor dos pacotes vendidos pelas operadoras do setor.
Evitar litígios
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de o governo lançar um plano para garantir que as empresas cumpram determinações às quais já estão obrigadas no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ele negou que não haja novidade nas medidas anunciadas e afirmou que o objetivo do pacote desta sexta é detalhar as obrigações a que as empresas estão sujeitas para tentar reduzir o número de litígios entre vendedores e consumidores.

“As medidas concretas que estão sendo tomadas hoje visam garantir os direitos que estão assegurados no CDC”, disse Cardozo. “A maior parte dos consumidores vai aos Procons porque não consegue informação, não sabe o que compõe os contratos. E estamos garantindo que isso ocorra, para evitar o litígio”, completou o ministro.

Tags: Consumidor, G1, Notícias

terça-feira, 5 de março de 2013

Morre Hugo Chávez, presidente da Venezuela, aos 58 anos





* * * Extraído do Portal UOL * * *

Do UOL, em São Paulo
05/03/201318h55 Atualizada 05/03/201321h12

Ferrenho crítico do neoliberalismo e do governo dos Estados Unidos, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira (5), vítima de um câncer na região pélvica, com o qual convivia há um ano e meio. Desde que sua enfermidade foi diagnosticada, em junho de 2011, Chávez passava longos períodos em Cuba, onde tratava a doença.

O anúncio oficial da morte de Chávez foi feito por volta das 17h25 no horário local (18h55 no horário de Brasília) desta terça-feira (5) pelo vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro. No mesmo pronunciamento, Maduro confirmou que Chávez morreu às 16h25 (18h no horário de Brasília).

Maduro afirmou que utilizará a prerrogativa de um dispositivo militar e policial especial para garantir a paz do país após a morte de Chávez.

"Será desencadeada uma união especial de toda a Força Armada Nacional Bolivariana, da Polícia Nacional Bolivariana, que neste exato momento está em execução para acompanhar e proteger nosso povo", disse Maduro durante um pronunciamento em rede nacional para rádio e televisão.
Por volta das 19h20 (horário de Brasília), os chefes das Forças Armadas da Venezuela declararam sua lealdade ao vice-presidente e convocaram todas as forças disponíveis no país para garantir a segurança de todos os cidadãos venezuelanos e o cumprimento da Constituição do país.
Vice havia dito na tarde da terça que Chávez tinha "plena consciência e vontade de vida"

Maduro já havia feito um pronunciamento sobre o estado de saúde de Chávez nesta terça-feira. O vice-presidente chegou a dizer que Chávez tinha "plena consciência e vontade de vida" e clamou pelo retorno do presidente venezuelano: "Que volte Chávez, que assuma Chávez".
No mesmo pronunciamento, Maduro acusou os "inimigos do país" de estarem por trás da doença de Chávez. Antes mesmo do anúncio oficial da morte do presidente venezuelano, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Patrick Ventrell negou a acusação feita por Maduro: "A afirmação de que os Estados Unidos estavam envolvidos de alguma maneira na causa da enfermidade do presidente Chávez é absurda, e a rechaçamos completamente",

Retorno de Cuba em meados de fevereiro causou surpresa no país

Antes de viajar à ilha pela última vez, em dezembro de 2012, Chávez fez um pronunciamento na televisão venezuelana, no qual aludiu ao risco de morte ou de complicações maiores. Na ocasião, ele também indicou o seu sucessor, o vice-presidente e chanceler Nicolás Maduro.
No dia 18 de fevereiro, Chávez voltou à Venezuela de forma surpreendente após dois meses em Cuba. "Chegamos de novo à Pátria venezuelana. Obrigado Deus meu!! Obrigado povo amado!! Aqui continuaremos o tratamento", escreveu na ocasião em seu perfil no Twitter.
Em outubro de 2012, Chávez havia sido reeleito presidente da Venezuela, com 54% dos votos. Como faleceu antes de assumir o governo, o país deverá passar por novas eleições. O ex-governante já deixou o seu recado sobre o futuro do país. "Vocês todos têm de eleger Nicolás Maduro como presidente. Peço isso de coração", afirmou, durante seu pronunciamento na TV.

Quem foi Hugo Chávez, presidente da Venezuela

Foram mais de três décadas de vida política na Venezuela, que começou quando ele se formou em ciências e artes militares na Academia Militar da Venezuela, aos 21 anos.
Natural de Sabaneta, oeste da Venezuela, Chávez nasceu a 28 de julho de 1954. Ele era o segundo de seis filhos dos professores Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías de Chávez.
Sua infância e adolescência, vividas em Sabaneta e Barinas, também no oeste do país, foram marcadas pelo gosto por esportes e artes – o presidente chegou a escrever alguns contos e obras de teatro.
Em 1975, ingressou na Academia Militar da Venezuela, e não demorou muito para que se tornasse tenente-coronel, em 1990.
Sua ideologia esquerdista e a identificação com Simón Bolívar, um dos heróis da independência da Venezuela, o levaram a fundar o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR200), que pregava a reforma do Exército e a mudança da ordem constitucional vigente.
Em fevereiro de 1992, orquestrou um golpe de Estado contra o então presidente Carlos Andrés Pérez, que estava envolvido em denúncias de corrupção. A tentativa fracassou e Chávez foi levado à prisão, onde permaneceu por dois anos.
Já em 1997, ele fundou o Movimento Quinta República (MVR), agremiação pela qual venceu as eleições presidenciais do ano seguinte, com 56,5% dos votos.
Assim que tomou posse, em 1999, Chávez dissolveu o Congresso e convocou um referendo para a instauração de uma Assembleia Nacional Constituinte. Das 131 cadeiras, 120 pertenciam a aliados do então presidente.
A nova Carta, aprovada por 71,21% dos eleitores, mudou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, outorgou maiores poderes ao Executivo, extinguiu o Senado – o Parlamento virou unicameral – e aumentou os direitos culturais e linguísticos dos povos indígenas. Novas eleições presidenciais foram realizadas em 2000, e Chávez foi reeleito com 59,7% dos votos.
Em 2002, o país passou por uma grave crise política depois que Chávez demitiu gestores da PDVSA – a petrolífera estatal venezuelana, que controla 95% da produção nacional – e os substituiu por gente de sua confiança.
Opositores organizaram um golpe de Estado em abril do mesmo ano, que foi seguido de um contragolpe dois dias depois, já que forças leais a Chávez perceberam o clamor popular do líder. Com duração de 47 horas, este foi o golpe de Estado mais rápido da história.
Um referendo sobre a permanência de Chávez no poder foi realizado em agosto de 2004, e 58,25% dos votantes se mostraram favoráveis ao presidente. Em 2006, ele foi reeleito para um segundo mandato de seis anos. Mais uma vez, ele governou com grande apoio no Congresso, já que a oposição havia boicotado as eleições legislativas de 2005.
O primeiro revés veio no final de 2007, quando a população, após um plebiscito, negou uma reforma à Constituição. Em 2008, a oposição ganhou a prefeitura das duas maiores cidades do país, Caracas e Maracaibo, além de cinco Estados economicamente importantes (Zulia, Carabobo, Miranda, Táchira e Nueva Esparta).
Os revezes seriam em parte compensados em 2009, quando Chávez conseguiu a aprovação da reeleição ilimitada em um referendo no qual 54% dos votos foram favoráveis à proposta. Em 2012, ele disputou o pleito presidencial pela quarta vez e foi reeleito, mas não chegou a assumir o governo.

Aliados e inimigos

No campo da política externa, Chávez não escondia seu apreço por governantes como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e os cubanos Raúl e Fidel Castro, todos combatentes da diplomacia dos EUA. Por outro lado, era feroz crítico do governo da vizinha Colômbia, aliada dos EUA na América do Sul, e se desentendeu várias vezes com o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010).
Ainda no âmbito regional, Chávez era o principal defensor da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), bloco de cooperação regional fundado em 2004 em oposição à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), proposta impulsionada pelos EUA desde a década de 90, mas que nunca foi criada.
Em 2009, o presidente expulsou do país o embaixador de Israel, em represália à intervenção militar israelense na faixa de Gaza, em janeiro do mesmo ano. Por outro lado, era próximo do iraniano Mahmoud Ahmadinejad e dos ex-ditadores iraquiano Saddam Hussein (1937-2006) e Muammar Gaddafi (1942-2011).
Também defendia o ditador sírio, Bashar al Assad, o que causava controvérsias, já que o regime árabe é acusado de promover uma violenta repressão à revolta popular que atinge o país.

Política interna

Enquanto presidente, Chávez trabalhou para diminuição da pobreza em seu país. Em 2003, ele implementou as "Misiones Bolivarianas", programas sociais voltados à população carente. Existem 26 missões – as mais conhecidas são a "Misión Robinson", que promove a alfabetização em regiões pobres, e a "Misión Barrio Adentro", que leva assistência médica a estas zonas.
Tais políticas contribuíram para a melhora na condição de vida dos venezuelanos. Segundo pesquisa do Instituto Datos, a renda da classe "E", a mais pobre do país e que concentra 15,1 milhões de pessoas (58% da população), aumentou 53% entre 2003 e 2004.
Antes, em 2001, ele havia baixado um decreto-lei conhecido como Lei dos Hidrocarbonetos, que fixou em 51% a participação do Estado no setor petrolífero – a Venezuela é o oitavo maior exportador mundial de petróleo, que representa 80% das exportações do país -- aumentou o preço dos royalties pagos por empresas estrangeiras pela exploração do líquido.
A Lei de Terras e Desenvolvimento Agrário, do mesmo ano, estabeleceu a expropriação de terras improdutivas acima de 5.000 hectares.
Em 2007, em mais um gesto contra os opositores ao seu governo, o presidente decidiu não renovar a licença do canal de televisão aberta Radio Caracas Televisión (RCTV), que desde então é obrigada a transmitir via cabo.
Entre 2009 e 2010, o país sofreu uma grave crise energética após uma seca provocada pelo fenômeno climático El Niño. A oposição culpou o governo por não investir na área, e a população foi obrigada a fazer racionamento.
O dilema energético venezuelano persiste, e se juntou ao problema no sistema carcerário, explicitado após uma rebelião de mais de mil presos na cadeia de El Rodeo, a 40 km de Caracas, em junho de 2011, que deixou dezenas de mortos.

Herança familiar

Chávez deixa três filhas e um filho – três são fruto do casamento com Nancy Colmenares e uma nasceu da união com a jornalista Marisabel Rodríguez, de quem havia se separado em 2003. O ex-presidente ainda manteve um caso amoroso de dez anos com a historiadora Herma Marksman, enquanto estava com sua primeira mulher.
Tags: Hugo Chávez, Luto, Notícias, Venezuela, UOL