Ele sofreu um infarto fulminante. Paulo Barboza trabalhou
na Rádio Globo.
Por
G1 SP, São Paulo
16/04/2018 07h48 Atualizado há 6 horas
O radialista
Paulo Roberto Machado Barboza morreu, aos 73 anos, na madrugada desta
segunda-feira na cidade de São Paulo. Ele sofreu um infarto fulminante e,
segundo informações da família, o velório acontece às 9h no cemitério Horto da
Paz, em Itapecerica, na Grande São Paulo. A cremação deve acontecer às 17h.
Paulo
Barboza trabalhava na SuperRádio, mas já trabalhou nas ádios Record, Globo,
Tupi do Rio, América, Tupi de SP e Capital.
Em nota, a
Prefeitura de São Paulo afirma que lamenta o falecimento de Paulo Barboza e se
solidariza com sua família e seus fãs.
"Paulo
Barboza foi um dos maiores nomes do rádio nacional. Exerceu a profissão por 59
anos, sempre dando voz aos mais humildes e conectado com os anseios das
pessoas. Cumpriu com maestria seu importante papel de comunicador."
Paulo foi
casado por 48 anos com Eliane Barboza, que faleceu em 2015. Tem dois filhos,
Paulo e Alexandra Hermínia e é avô de três netos, Paulo Felipe, Rodrigo e Maria
Gabriella.
Carreira
Barboza começou sua carreira na Rádio Imperial, em 1959, na cidade de
Petrópolis, no rio de Janeiro. Passou para a Petrópolis Rádio Difusora com o
programa diário “De Microfone em Punho”.
Também apresentou o programa de prêmios e brincadeiras “Paulo Barboza
Pergunta”. Em 1963, ganhou o prêmio de melhor rádio repórter do Estado do Rio
do Sindicato dos Jornalistas, com matéria feita ao vivo do Cemitério Municipal
de Petrópolis, entrevistando os coveiros e ouvindo suas histórias fantásticas.
Em 1970 estreiou no Rio, na Super Rádio Tupi, das 9h às 12h, lançando o
“Programa Paulo Barboza”.
O jornalista
trabalhou na televisão nos canais: Tupi, Manchete, SBT, Record e Gazeta.
Sua estreia
na Rede Tupi de Televisão foi com o programa “É Lá Que a Tupi Vai”. Em 1980,
Barboza apresentou o “Sessão Premiada” no SBT. Em 1983, na TV Gazeta de São
Paulo lançou seu show de calouros, o “Programa Paulo Barboza”. Em 1984, de
volta ao SBT, Paulo foi o primeiro apresentador do game show “TV Powww!”. Em
1988 ele foi para a Record para apresentar o “Programa Paulo Barboza“.
De 2007 a
2013, Paulo foi jurado do Troféu Imprensa, comandado por Silvio Santos.
Potências ocidentais acusam o regime sírio da autoria de ataque químico
na semana passada, motivação para novas operações anunciadas por Donald Trump
nesta sexta-feira.
Por BBC
Opositores
sírios, agentes humanitários e paramédicos alegam que mais de 40 pessoas foram
mortas no dia 7 de abril em um suposto ataque químico em Douma, cidade
controlada por rebeldes na região de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco,
a capital da Síria.
A França diz ter "provas" de que
esse tipo de armamento foi usado - pelo menos o gás de cloro.
O governo sírio nega a acusação, e sua principal
aliada, a Rússia, diz ter "evidência irrefutável" de que o incidente
foi "fabricado" com a ajuda do Reino Unido.
Por que Douma foi atacada?
Em fevereiro, forças leais ao presidente
Bashar al-Assad lançaram um ataque em Ghouta Oriental que deixou mais de 1,7
mil civis mortos.
Em março, militares dividiram a região em
três bolsões - o maior deles ao redor de Douma, onde moram de 80 mil a 150 mil
pessoas.
Temendo serem derrotados, grupos rebeldes
nos outros dois bolsões concordaram em ser evacuados para o norte do país.
Mas o grupo que controlava Douma, o Jaysh
al-Islam, permaneceu. No dia 6 de abril, depois de negociações paralisadas com
o governo, os ataques aéreos recomeçaram.
O que aconteceu no dia 7 de
abril?
O bombardeio continuou pelo segundo dia,
com dezenas de pessoas mortas ou feridas antes do suposto ataque com armas
químicas.
Ativistas ligados ao Violations Documentation
Center (VDC), que reúne supostos casos de violação à lei internacional,
registraram dois incidentes separados de bombas lançadas pelas Forças Aéreas da
Síria que conteriam substâncias tóxicas.
A primeira ocorreu aproximadamente às 16h
(10h de Brasília) e atingiu uma padaria, disse o VDC.
Segundo a organização, um agente
humanitário da ONG Defesa Civil Síria sentiu o cheio do gás de cloro no ar
depois do ataque, mas não conseguiu determinar de onde veio.
"Posteriormente, descobrirmos os
corpos das pessoas que foram sufocadas com gases tóxicos. Eles estavam em
espaços fechados, buscando abrigo das bombas de barril, o que deve ter causado
uma morte rápida e ninguém ouviu os gritos deles", afirmou ele.
O VDC disse que o segundo incidente
ocorreu não muito longe dali, ao leste, perto da Praça dos Mártires,
aproximadamente às 19h30 (13h30 de Brasília).
Às 19h45 (13h45 de Brasília), mais de 500
pessoas - a maioria mulheres e crianças - foram levados a centros médicos com
sintomas que indicavam exposição a um agente químico, segundo a Defesa Civil
Síria e a Sociedade Médica Americana Síria (SAMS), uma ONG que dá apoio a
hospitais em áreas controladas pelos rebeldes.
Os pacientes mostravam sinais de
"desconforto respiratório, cianose central (pele ou lábios azuis), espuma
oral excessiva, queimaduras da córnea e odor semelhante ao cloro",
informou um comunicado conjunto publicado no último domingo.
Uma mulher que morreu teve convulsões e
suas pupilas estavam dilatadas.
Socorristas que atuavam na busca por
feridos dos bombardeios também encontraram corpos de pessoas com espuma na
boca, cianose e queimaduras nas córneas, acrescentou a nota.
A União de Assistência Médica e
Organizações de Socorro (UOSSM, na sigla em inglês), que dá apoio a hospitais
na áreas controladas pelos rebeldes na Síria, também disse que recebeu relatos
dos dois incidentes.
Depois do primeiro ataque, as pessoas
foram tratadas por dificuldades respiratórias e irritação dos olhos disse a
UOSSM.
No segundo, os pacientes foram trazidos
para o hospital com forte cheiro de uma substância semelhante ao cloro e
apresentando sintomas que incluíam cianose, formação de espuma na boca e
irritação da córnea, acrescentou.
Um estudante de medicina que trabalha em
um hospital local disse à BBC que havia atendido um homem que morreu.
"Suas pupilas estavam dilatadas e ele
tinha espuma na boca. Seu coração batia de forma muito lento. Ele tossia sangue
em sua boca também", disse ele.
Dois vídeos divulgados pelo grupo de
oposição Douma Revolution mostram o que seriam corpos de crianças, mulheres e
homens encontrados em um prédio, supostamente localizado a sudoeste da Praça
dos Mártires. Alguns tinham espuma saindo de suas bocas e narizes.
Quantas pessoas
morreram?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que recebeu registros, por
meio de parceiros locais, de "43 mortes relacionadas a sintomas
consistentes com a exposição a substâncias químicas altamente tóxicas".
A Defesa Civil Síria e a SAMS disseram que equipes de resgate
encontraram 42 pessoas mortas em suas casas. Uma pessoa foi declarada morta ao
chegar ao hospital e outras seis morreram durante o tratamento, acrescentaram.
Em um tuíte anterior, posteriormente apagado, a Defesa Civil Síria havia
estimado o número de mortos em mais de 150.
A UOSSM informou inicialmente que 70 mortes haviam sido confirmadas. Na
segunda-feira, revisou o número para pelo menos 42, mas acrescentou que o saldo
de mortos poderia subir.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento
sediado no Reino Unido, disse que os ataques aéreos ocorridos nos dias 6 e 7 de
abril mataram quase 100 pessoas. A organização incluiu 21 pessoas que morreram
como resultado de sufocamento, mas ressalvou que foi incapaz de identificar a
causa.
O site britânico de jornalismo investigativo Bellingcat disse que havia
contado pelo menos 34 corpos nos dois vídeos divulgados pela Douma Revolution.
Segundo o Bellingcat, o prédio perto da Praça dos Mártires onde os
corpos foram filmados recebeu a visita de militares russos em 9 de abril.
A que as vítimas poderiam ter sido expostas?
Especialistas dizem que é impossível saber se uma pessoa foi exposta a
um agente químico ao olhar para um vídeo ou foto.
A única maneira de confirmar a contaminação é coletar amostras e
analisá-las em laboratório. No entanto, a ONU e outras organizações
humanitárias internacionais não conseguiram entrar em Douma por causa do cerco
do governo.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) disse que uma
missão de averiguação tem "coletado e analisado informações de todas as
fontes disponíveis". O organismo multilateral havia prometido enviar uma
equipe para a Síria que começaria seu trabalho neste sábado.
A Defesa Civil Síria e a SAMS dizem acreditar que as vítimas morreram
sufocadas como resultado da exposição a produtos químicos tóxicos,
provavelmente um organofosforado - um grupo composto associado a pesticidas e
agentes nervosos.
A UOSSM também concluiu que os sintomas das vítimas eram consistentes
com a exposição a um agente nervoso, possivelmente misturado com cloro.
Raphal Pitti, do escritório da UOSSM na França, disse acreditar que
"o cloro foi usado para esconder o uso de Sarin", um agente nervoso.
Na última quinta-feira, 12 de abril, o presidente da França, Emmanuel
Macron, disse que as pessoas foram expostas ao gás de cloro "pelo
menos", mas não mencionou qual outro agente químico poderia estar
envolvido no ataque.
Os Estados Unidos disseram que os sintomas relatados eram
"consistentes com um agente de asfixia e com um agente nervoso de algum
tipo".
Dois funcionários não identificados dos EUA também disseram à rede de TV
americana NBC News em 12 de abril que testes de sangue e amostras de urina
indicaram a presença de cloro e um agente nervoso.
O que diz o governo sírio?
O governo sírio, que negou repetidamente ter usado armas químicas,
acusou os rebeldes de "fabricar" os relatos.
O representante permanente da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari, acusou as
potências ocidentais de acusar falsamente o governo de modo a "preparar o
terreno para uma agressão contra o meu país, assim como os Estados Unidos e o
Reino Unido fizeram no Iraque em 2003".
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em 13
de abril que tem "provas irrefutáveis de que este foi mais um ataque,
encenado com a participação de serviços especiais de um Estado que está se
esforçando para estar à frente da campanha russófoba".
Lavrov evitou dizer a qual país se referia, mas o porta-voz do
Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov, disse mais
tarde que o Reino Unido estava "diretamente envolvido na provocação".
Ele não forneceu nenhuma prova e um diplomata britânico chamou a
acusação de "bizarra" e uma "mentira descarada".
O representante permanente da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse ao
Conselho de Segurança (CS) em 9 de abril que militares russos haviam visitado
Douma e coletado amostras de solo que não mostravam presença de agentes
nervosos ou substâncias contendo gás de cloro.
"No hospital local, ninguém foi hospitalizado com sintomas de gás
sarin ou envenenamento por gás de cloro", acrescentou.
"Nenhum corpo de pessoas que morreram envenenadas foram
encontradas, e a equipe médica e os moradores não tinham informações sobre onde
poderiam ter sido enterrados".
Ele também observou que um ativista da oposição havia postado um vídeo
supostamente mostrando uma bomba química feita de uma lata de gás amarelo
encontrada em um quarto em um prédio em Douma.
Nebenzia alegou que o vídeo foi encenado, acrescentando: "A
trajetória da suposta bomba é totalmente antinatural. Ela caiu do teto e
aterrissou calmamente em uma cama de madeira sem danificá-la de qualquer forma.
Foi claramente colocada ali".
Como a comunidade internacional reagiu?
O secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou estar
indignado com os relatos em Douma e advertiu que "qualquer uso confirmado
de armas químicas, por qualquer parte no conflito e sob quaisquer
circunstâncias, é abominável e uma clara violação do direito
internacional".
Em 9 de abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que houve um
"ataque hediondo contra inocentes sírios com armas químicas
proibidas".
Dois dias depois, ele afirmou, em sua conta no Twitter, que o presidente
Assad era "um animal assassino de gás". Na ocasião, também alertou
que mísseis americanos "estavam a caminho", depois que a Rússia anunciou
que derrubaria qualquer um dos disparos contra a Síria.
Macron prometeu que a França "removerá a capacidade química do
regime", mas não "permitirá uma escalada, ou qualquer coisa que possa
prejudicar a estabilidade da região".
Já a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse em 12 de abril
que o incidente em Douma foi "um ato chocante e bárbaro" e que era
"altamente provável" que o governo sírio fosse responsável.
Ela declarou ser "vital que o uso de armas químicas não passasse em
branco".
Quando as armas químicas foram usadas?
Em agosto de 2013, foguetes contendo gás sarin foram disparados contra
vários subúrbios controlados pela oposição no leste e oeste de Ghouta, matando
centenas de pessoas.
Especialistas da ONU confirmaram que o agente químico foi usado no
ataque, mas não foram instruídos a buscar culpados.
As potências ocidentais disseram que apenas forças do governo sírio
poderiam ter realizado o ataque.
O presidente Assad negou a acusação, mas concordou em assinar a
Convenção sobre Armas Químicas e destruir o arsenal químico declarado da Síria.
Especialistas de uma missão conjunta da ONU-OPAQ também disseram ter
certeza de que as forças do governo usaram sarin em um ataque em abril de 2017
contra Khan Sheikhoun, que teria matado mais de 80 pessoas.
O presidente Assad disse que a acusação foi fabricada, mas, em
retaliação, os EUA realizaram um ataque com mísseis de cruzeiro contra uma base
aérea síria.
A missão da ONU-OPAQ também descobriu que as forças do governo usaram o
gás de cloro como arma em pelo menos três ocasiões durante a guerra civil.