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Extraído do Portal G1 * * *
Ao contrário das patentes antigas, não há um lacre de segurança para fixar as placas nos veículos
Por Renato Campestrini
27/03/2023 10h02
Jundiaí/SP, Itajaí/SC, Gramado/RS, Votorantim/SP. Que atire a
primeira pedra quem, em um congestionamento, nunca ficou
a observar a tarjeta das placas dos veículos ao redor. Eu me recordo
de brincar, quando criança, de quem via primeiro a placa de um estado
distante.
A partir de 2019, 2020, porém, ao menos onde a frota veicular é
mais nova, maior, essa cena tem se tornado mais rara, ou difícil de acontecer.
Isso em razão da chegada da placa no padrão Mercosul, em que o
nome das cidades nas tarjetas foi substituído por uma faixa azul com a legenda
“Brasil”. Assim é feito com o nome dos demais países do bloco em que se adotou
o padrão.
Muitas pessoas criticaram a mudança pela despesa gerada, mas pode-se dizer que a maior queixa ouvida é a de não ser possível identificar de que estados são os veículos que transitam nas vias de uma cidade. Há até mesmo memes na internet que abordam a mudança de forma divertida, com a curiosidade alheia, também por alegadas questões de segurança das pessoas.
O debate sobre a implantação da placa Mercosul no Brasil levou
anos — foi postergada cinco vezes, até que
teve início no Rio de Janeiro e foi se espalhando pelo país. Em uma das versões
de sua regulamentação foi sugerida a adoção de brasões do estado e do município
onde os veículos são registrados.
Porém, como tal medida somente aumentaria ainda mais os custos para os donos dos veículos, a ideia foi abortada. Até porque, pelo tamanho ínfimo dos brasões, dificilmente alguém conseguiria, de longe, visualizar com precisão a localidade.
Uma das versões da placa Mercosul trazia os brasões de estado e município — Foto: Auto Esporte
Outro argumento que também suscita acalorados debates diz
respeito à suposta facilidade de clonagem das placas Mercosul.
Isso pela facilidade de obtê-las em estabelecimentos pouco comprometidos em
seguir as regras determinadas. Tanto que, em alguns estados, a obtenção
de placas decorativas no padrão Mercosul foi proibida às estampadoras.
Outro ponto alegado é a ausência de um lacre para manter a placa presa ao veículo,
como ocorria com a anterior. Falta que, em tese, facilita o furto de
placas para uso indevido, clonagem e afins. Mas é preciso
lembrar que mesmo o modelo anterior, com lacre, era furtado, clonado, causando
transtornos para o dono verdadeiro.
Entendo que esse é um ponto que, no dia a dia, merece atenção
especial. Infelizmente não vivemos em um país que permita ao cidadão transitar
com um veículo com placas fixadas unicamente por parafusos ou fitas dupla face,
passíveis de serem furtadas com facilidade.
A criação da placa Mercosul, com seus sistemas de segurança e
controle, representou um avanço para os órgãos e entidades executivas de
trânsito. Pode-se dizer o mesmo para o cidadão quanto à redução
de custos propiciada por um modelo de placa que, mantidas as condições de
legibilidade, duraria toda a vida do veículo.
Placas antigas tinham
lacre de segurança e nome do município — Foto: Auto Esporte
E isso independentemente da localidade em que o veículo
transite, uma vez que, para efeitos de fiscalização, por exemplo, só os caracteres
alfanuméricos são necessários.
Em que pese todo debate ainda a ocorrer sobre o tema, à medida
que a tecnologia evolui, certamente em um período não muito distante, as
tradicionais placas poderão ser substituídas por QR Codes ou outros meios
tecnológicos mais seguros — e também de fácil leitura por
equipamentos de fiscalização fixos ou portáteis, com agentes de trânsito. A
cobrança de tarifas sem praças de pedágio ratifica isso. A conferir!
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