Uma representação da maior espécie de
moa, a moa gigante da Ilha Sul, que já chegou a atingir 3,6 metros de altura —
Foto: (Cortesia da Colossal Biosciences via AP)
* * * Extraído do Portal G1
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Link para a matéria original: https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2025/07/11/empresa-que-ressuscita-animais-extintos-anuncia-projeto-para-trazer-de-volta-ave-gigante-de-mais-de-tres-metros-de-altura-entenda.ghtml
Ave extinta há 600 anos pode voltar à vida com uso de edição genética. Empresa diz ter trazido de volta o lobo terrível e já criou camundongos com pelos de mamute.
Por Redação g1
A
Colossal Biosciences, empresa que busca trazer de volta animais extintos há
milhares de anos, anunciou um novo projeto de desextinção: a moa gigante. A ave, considerada uma das
maiores que já habitaram a Terra, está extinta há quase 600 anos.
Com
mais de três metros de altura, a moa gigante é a ave mais alta que se tem
registro. Por milhares de anos, o herbívoro sem asas viveu na Nova Zelândia, se
alimentando de árvores e arbustos, até ser extinta com a chegada dos humanos.
Nesta
semana, a Colossal anunciou que seu novo projeto pretende trazer o animal de
volta. Para isso, a empresa recebeu um financiamento de mais de US$
15 milhões — o equivalente a quase R$ 83 milhões.
O
investimento veio de Peter Jackson, diretor da saga "O Senhor
dos Anéis", que é colecionador de ossos de moa e apaixonado
pela história da espécie.
O cineasta Peter Jackson, à esquerda, e o CEO da Colossal, Ben Lamm, seguram ossos da coleção de moas extintas de Jackson em Wellington. — Foto: Cortesia da Colossal Biosciences via AP
Como eles pretendem fazer isso?
No projeto, os cientistas vão analisar fósseis da ave
gigante para coletar DNA. Na sequência, pretendem editar os genes de seus
parentes vivos mais próximos, como a ema.
As aves geneticamente modificadas serão incubadas e,
depois, soltas em "locais de renaturalização" fechados, segundo a
empresa.
A Colossal, com sede no Texas, afirma que pretende ressuscitar a espécie
extinta em um prazo de cinco a dez anos, em parceria com o Centro de Pesquisa
Ngāi Tahu da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
A ideia divide opiniões
Apesar do apoio local e cultural, a comunidade científica
está dividida. O ecologista Stuart Pimm, da Universidade Duke, que não está
envolvido no projeto, alerta para riscos ecológicos e logísticos.
“É possível devolver uma espécie à natureza depois de exterminá-la?”,
questiona. “Acho extremamente improvável que consigam fazer isso de forma
significativa. Este será um animal extremamente perigoso.”
Além dos desafios técnicos, há críticas éticas. Especialistas temem que
projetos de “desextinção” tirem o foco da conservação de espécies atualmente
ameaçadas. A Nova Zelândia, por exemplo, ainda enfrenta
perda de biodiversidade causada por espécies invasoras e destruição de
habitats.
Ainda assim, o projeto das moas tem despertado interesse
popular e acadêmico no país. O arqueólogo maori Kyle Davis afirmou que o
trabalho com Jackson e a Colossal “revigorou o interesse em examinar nossas
próprias tradições e mitologia”. Em um dos sítios arqueológicos visitados pela
equipe, em Pyramid Valley, há registros de arte rupestre retratando moas antes
da extinção, ocorrida há cerca de 600 anos devido à caça excessiva.
Desextinção do lobo-terrível? Empresa diz ter dado vida a espécie extinta há 10 mil anos
Animais de volta à Terra após a
extinção
Esse não é o primeiro anúncio da Colossal. Em abril deste
ano, a empresa revelou a primeira desextinção de uma espécie: o lobo-terrível
(dire wolf, em inglês).
Para trazê-lo de volta, a Colossal afirma ter usado
edições genéticas derivadas do genoma do animal, reconstruído a partir de DNA
antigo encontrado em fósseis com idades entre 11,5 mil e 72 mil anos.
Batizados de Rômulo e Remo, os dois primeiros filhotes
nasceram em 1º de outubro de 2024. Já Khaleesi, o terceiro, nasceu em 31 de
janeiro de 2025. As imagens só foram divulgadas em abril. (Veja a imagem acima)
Antes disso, em março, a empresa anunciou outro feito:
a criação de um camundongo-lanoso. Os roedores foram modificados geneticamente
com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos, espécie extinta há cerca de
quatro mil anos. (Veja a imagem abaixo)
Camundongo geneticamente modificado — Foto: Colossal Biosciences
Tags: Atualidades, Ciência, Colossal, Educação, G1, História, Informação
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