segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fiscais buscam irregularidades em restaurantes

Delegado sugere visita a cozinhas de restaurantes que se costuma frequentar.


Os fiscais municipais de Salvador, Bahia, buscam, na cozinha, o que os olhos dos clientes não alcançam. “Estamos vendo baratas alojadas no meio das facas junto com os alimentos pré-preparados”.

“A higiene, de uma forma geral, não é feita há muito tempo. Tem gordura em todos os cantos”

Alimentos perecíveis, bem longe da geladeira. “Em momento nenhum maionese pode ficar fora, assim como manteiga próximo”.

E mais...

“Qualquer produto de madeira não pode ser utilizado, porque junta fungos, são de difícil higienização. Pode estar passar contaminação”, diz a fiscal Catia Calheira.

“A faca está com oxidação, o cabo de madeira, sem corte, pode contaminar o produto”, alerta.

A falta de cuidado pode contaminar alimentos.

“Deveria ter uma pia exclusiva para lavagens de mão do manipulador. Não temos essa pia aqui. A única pia tanto lava os vegetais, quanto faz manipulação dos alimentos, e assim como faz a higienização de mãos é a mesma pia. Isso não é o recomendado”.

“Vamos fazer o descarte desses produtos que estão aqui. Estão impróprios pra consumo, não tem condição de aproveitamento”

“Nesse momento as condições de higiene são muito ruins. Temos que fazer a interdição”.

No centro da cidade de São Paulo, funcionava um conhecido restaurante chinês. A Vigilância Sanitária também esteve aqui. Quem frequentava o local não tinha ideia de como as refeições eram preparadas - praticamente nenhuma regra de higiene era respeitada. As imagens feitas lá dentro impressionam: camarões em tambores improvisados, um dos pratos servidos era o siri. Ele foi encontrado no banheiro. Em um depósito, sem refrigeração, peixe e frutos do mar espalhados.

Em outro, produtos armazenados de qualquer jeito e vencido.

No freezer, as ostras eram acondicionadas em péssimo estado. O lugar foi interditado.

Os clientes de uma churrascaria em Porto Velho, Rondônia, nem imaginam que frangos são descongelados dentro de um balde velho e sujo. A qualidade da carne também é duvidosa.

“A carne está em um vasilhame em péssimo estado de conservação. Pela aparência, podemos dizer que a cor não está boa. É importante recolher, para segurança do consumidor”

É tanta ferrugem e falta de higiene que as duas velhas geladeiras não poderão mais ser usadas. A churrascaria é notificada pela segunda vez neste ano. Se não entrar na linha, ela pode ser fechada.

Em um restaurante em Manaus, mais irregularidades...

“Estamos exigindo o reparo da parede toda”.

E o perigo botijões guardados sem segurança. Em um bar, também em Manaus, as baratas andam pela parede da cozinha. A comida velha na geladeira não parece nada apetitosa.

“Isso está colocando em risco a saúde de vocês que consomem isso e dos clientes também”.

Tudo vai parar na lata de lixo. A blitz nacional continua. Agora em Boa Vista, Roraima, onde os fiscais passam orientações.

“O material de limpeza deve ser acondicionado em outro lugar que não seja na cozinha. Vamos pedir que a senhora a forre alumínio ou fórmica, para que não permaneça deste jeito, madeira pura”.

O pequeno mercado, em Maceió, capital de Alagoas, também não passou na fiscalização.

“São produtos clandestinos, não têm rotulagem, não são regulamentados pela Anvisa. Tem peixe aqui descoberto junto com a carne. Teria de estar separados por gêneros”.

Na cozinha de um restaurante em Natal, Rio Grande do Norte, a gordura escorre pelas paredes.

“Na verdade, juntou um equipamento de exaustão deficiente, com a higienização também deficiente”.

Mais falta de cuidado.

“A lei exige lixeira com tampa, acionada com pedal, e sempre tampada. Estou vendo lixeira dentro da área de manipulação de alimentos, aberta. Isso vai fazer com que apareça vetores, mosca pouse no lixo e volte a pousar no alimento, levando doença ao consumidor”.

Diante de tantos problemas em todo o país, uma dica importante para o consumidor.

“Uma boa dica: se é um consumidor fiel, que vai sempre ao mesmo local, é conhecer a cozinha, conhecer o espaço interno do restaurante que ele frequenta, que ele se alimenta frequentemente”.

“Seria importante que as pessoas criassem o hábito de pelo menos dar uma olhada e ver em que condições são elaborados os pratos que acabou de tomar”, sugere o delegado.

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