sábado, 14 de abril de 2018

A guerra de versões sobre ataque químico que detonou novo capítulo no conflito na Síria




* * * Extraído do Portal G1 * * *

Potências ocidentais acusam o regime sírio da autoria de ataque químico na semana passada, motivação para novas operações anunciadas por Donald Trump nesta sexta-feira.


Por BBC
 

Opositores sírios, agentes humanitários e paramédicos alegam que mais de 40 pessoas foram mortas no dia 7 de abril em um suposto ataque químico em Douma, cidade controlada por rebeldes na região de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, a capital da Síria.

Essa foi a alegada motivação para o ataque coordenado por Estados Unidos, Reino Unido e França contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, na noite de sexta-feira.

Mas Assad usou ou não usou armas químicas?

 

A França diz ter "provas" de que esse tipo de armamento foi usado - pelo menos o gás de cloro.
O governo sírio nega a acusação, e sua principal aliada, a Rússia, diz ter "evidência irrefutável" de que o incidente foi "fabricado" com a ajuda do Reino Unido.

Por que Douma foi atacada?

 

Em fevereiro, forças leais ao presidente Bashar al-Assad lançaram um ataque em Ghouta Oriental que deixou mais de 1,7 mil civis mortos.

Em março, militares dividiram a região em três bolsões - o maior deles ao redor de Douma, onde moram de 80 mil a 150 mil pessoas.

Temendo serem derrotados, grupos rebeldes nos outros dois bolsões concordaram em ser evacuados para o norte do país.

Mas o grupo que controlava Douma, o Jaysh al-Islam, permaneceu. No dia 6 de abril, depois de negociações paralisadas com o governo, os ataques aéreos recomeçaram.





O que aconteceu no dia 7 de abril?

 

O bombardeio continuou pelo segundo dia, com dezenas de pessoas mortas ou feridas antes do suposto ataque com armas químicas.

Ativistas ligados ao Violations Documentation Center (VDC), que reúne supostos casos de violação à lei internacional, registraram dois incidentes separados de bombas lançadas pelas Forças Aéreas da Síria que conteriam substâncias tóxicas.

A primeira ocorreu aproximadamente às 16h (10h de Brasília) e atingiu uma padaria, disse o VDC.

Segundo a organização, um agente humanitário da ONG Defesa Civil Síria sentiu o cheio do gás de cloro no ar depois do ataque, mas não conseguiu determinar de onde veio.

"Posteriormente, descobrirmos os corpos das pessoas que foram sufocadas com gases tóxicos. Eles estavam em espaços fechados, buscando abrigo das bombas de barril, o que deve ter causado uma morte rápida e ninguém ouviu os gritos deles", afirmou ele.

O VDC disse que o segundo incidente ocorreu não muito longe dali, ao leste, perto da Praça dos Mártires, aproximadamente às 19h30 (13h30 de Brasília).

Às 19h45 (13h45 de Brasília), mais de 500 pessoas - a maioria mulheres e crianças - foram levados a centros médicos com sintomas que indicavam exposição a um agente químico, segundo a Defesa Civil Síria e a Sociedade Médica Americana Síria (SAMS), uma ONG que dá apoio a hospitais em áreas controladas pelos rebeldes.

Os pacientes mostravam sinais de "desconforto respiratório, cianose central (pele ou lábios azuis), espuma oral excessiva, queimaduras da córnea e odor semelhante ao cloro", informou um comunicado conjunto publicado no último domingo.

Uma mulher que morreu teve convulsões e suas pupilas estavam dilatadas.
Socorristas que atuavam na busca por feridos dos bombardeios também encontraram corpos de pessoas com espuma na boca, cianose e queimaduras nas córneas, acrescentou a nota.

A União de Assistência Médica e Organizações de Socorro (UOSSM, na sigla em inglês), que dá apoio a hospitais na áreas controladas pelos rebeldes na Síria, também disse que recebeu relatos dos dois incidentes.

Depois do primeiro ataque, as pessoas foram tratadas por dificuldades respiratórias e irritação dos olhos disse a UOSSM.

No segundo, os pacientes foram trazidos para o hospital com forte cheiro de uma substância semelhante ao cloro e apresentando sintomas que incluíam cianose, formação de espuma na boca e irritação da córnea, acrescentou.

Um estudante de medicina que trabalha em um hospital local disse à BBC que havia atendido um homem que morreu.

"Suas pupilas estavam dilatadas e ele tinha espuma na boca. Seu coração batia de forma muito lento. Ele tossia sangue em sua boca também", disse ele.

Dois vídeos divulgados pelo grupo de oposição Douma Revolution mostram o que seriam corpos de crianças, mulheres e homens encontrados em um prédio, supostamente localizado a sudoeste da Praça dos Mártires. Alguns tinham espuma saindo de suas bocas e narizes.





Quantas pessoas morreram?

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que recebeu registros, por meio de parceiros locais, de "43 mortes relacionadas a sintomas consistentes com a exposição a substâncias químicas altamente tóxicas".

A Defesa Civil Síria e a SAMS disseram que equipes de resgate encontraram 42 pessoas mortas em suas casas. Uma pessoa foi declarada morta ao chegar ao hospital e outras seis morreram durante o tratamento, acrescentaram.

Em um tuíte anterior, posteriormente apagado, a Defesa Civil Síria havia estimado o número de mortos em mais de 150.

A UOSSM informou inicialmente que 70 mortes haviam sido confirmadas. Na segunda-feira, revisou o número para pelo menos 42, mas acrescentou que o saldo de mortos poderia subir.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento sediado no Reino Unido, disse que os ataques aéreos ocorridos nos dias 6 e 7 de abril mataram quase 100 pessoas. A organização incluiu 21 pessoas que morreram como resultado de sufocamento, mas ressalvou que foi incapaz de identificar a causa.

O site britânico de jornalismo investigativo Bellingcat disse que havia contado pelo menos 34 corpos nos dois vídeos divulgados pela Douma Revolution.

Segundo o Bellingcat, o prédio perto da Praça dos Mártires onde os corpos foram filmados recebeu a visita de militares russos em 9 de abril.

A que as vítimas poderiam ter sido expostas?

Especialistas dizem que é impossível saber se uma pessoa foi exposta a um agente químico ao olhar para um vídeo ou foto.

A única maneira de confirmar a contaminação é coletar amostras e analisá-las em laboratório. No entanto, a ONU e outras organizações humanitárias internacionais não conseguiram entrar em Douma por causa do cerco do governo.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) disse que uma missão de averiguação tem "coletado e analisado informações de todas as fontes disponíveis". O organismo multilateral havia prometido enviar uma equipe para a Síria que começaria seu trabalho neste sábado.

A Defesa Civil Síria e a SAMS dizem acreditar que as vítimas morreram sufocadas como resultado da exposição a produtos químicos tóxicos, provavelmente um organofosforado - um grupo composto associado a pesticidas e agentes nervosos.

A UOSSM também concluiu que os sintomas das vítimas eram consistentes com a exposição a um agente nervoso, possivelmente misturado com cloro.

Raphal Pitti, do escritório da UOSSM na França, disse acreditar que "o cloro foi usado para esconder o uso de Sarin", um agente nervoso.

Na última quinta-feira, 12 de abril, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que as pessoas foram expostas ao gás de cloro "pelo menos", mas não mencionou qual outro agente químico poderia estar envolvido no ataque.

Os Estados Unidos disseram que os sintomas relatados eram "consistentes com um agente de asfixia e com um agente nervoso de algum tipo".

Dois funcionários não identificados dos EUA também disseram à rede de TV americana NBC News em 12 de abril que testes de sangue e amostras de urina indicaram a presença de cloro e um agente nervoso.

O que diz o governo sírio?

O governo sírio, que negou repetidamente ter usado armas químicas, acusou os rebeldes de "fabricar" os relatos.

O representante permanente da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari, acusou as potências ocidentais de acusar falsamente o governo de modo a "preparar o terreno para uma agressão contra o meu país, assim como os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram no Iraque em 2003".

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em 13 de abril que tem "provas irrefutáveis de que este foi mais um ataque, encenado com a participação de serviços especiais de um Estado que está se esforçando para estar à frente da campanha russófoba".

Lavrov evitou dizer a qual país se referia, mas o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov, disse mais tarde que o Reino Unido estava "diretamente envolvido na provocação".

Ele não forneceu nenhuma prova e um diplomata britânico chamou a acusação de "bizarra" e uma "mentira descarada".

O representante permanente da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse ao Conselho de Segurança (CS) em 9 de abril que militares russos haviam visitado Douma e coletado amostras de solo que não mostravam presença de agentes nervosos ou substâncias contendo gás de cloro.

"No hospital local, ninguém foi hospitalizado com sintomas de gás sarin ou envenenamento por gás de cloro", acrescentou.

"Nenhum corpo de pessoas que morreram envenenadas foram encontradas, e a equipe médica e os moradores não tinham informações sobre onde poderiam ter sido enterrados".

Ele também observou que um ativista da oposição havia postado um vídeo supostamente mostrando uma bomba química feita de uma lata de gás amarelo encontrada em um quarto em um prédio em Douma.

Nebenzia alegou que o vídeo foi encenado, acrescentando: "A trajetória da suposta bomba é totalmente antinatural. Ela caiu do teto e aterrissou calmamente em uma cama de madeira sem danificá-la de qualquer forma. Foi claramente colocada ali".

Como a comunidade internacional reagiu?

O secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou estar indignado com os relatos em Douma e advertiu que "qualquer uso confirmado de armas químicas, por qualquer parte no conflito e sob quaisquer circunstâncias, é abominável e uma clara violação do direito internacional".

Em 9 de abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que houve um "ataque hediondo contra inocentes sírios com armas químicas proibidas".

Dois dias depois, ele afirmou, em sua conta no Twitter, que o presidente Assad era "um animal assassino de gás". Na ocasião, também alertou que mísseis americanos "estavam a caminho", depois que a Rússia anunciou que derrubaria qualquer um dos disparos contra a Síria.

Macron prometeu que a França "removerá a capacidade química do regime", mas não "permitirá uma escalada, ou qualquer coisa que possa prejudicar a estabilidade da região".

Já a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse em 12 de abril que o incidente em Douma foi "um ato chocante e bárbaro" e que era "altamente provável" que o governo sírio fosse responsável.
Ela declarou ser "vital que o uso de armas químicas não passasse em branco".

Quando as armas químicas foram usadas?

Em agosto de 2013, foguetes contendo gás sarin foram disparados contra vários subúrbios controlados pela oposição no leste e oeste de Ghouta, matando centenas de pessoas.
Especialistas da ONU confirmaram que o agente químico foi usado no ataque, mas não foram instruídos a buscar culpados.

As potências ocidentais disseram que apenas forças do governo sírio poderiam ter realizado o ataque.
O presidente Assad negou a acusação, mas concordou em assinar a Convenção sobre Armas Químicas e destruir o arsenal químico declarado da Síria.

Especialistas de uma missão conjunta da ONU-OPAQ também disseram ter certeza de que as forças do governo usaram sarin em um ataque em abril de 2017 contra Khan Sheikhoun, que teria matado mais de 80 pessoas.

O presidente Assad disse que a acusação foi fabricada, mas, em retaliação, os EUA realizaram um ataque com mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria.

A missão da ONU-OPAQ também descobriu que as forças do governo usaram o gás de cloro como arma em pelo menos três ocasiões durante a guerra civil.

Tags: EUA, França, Guerra, G1, Reino Unido, Síria

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Governo lança projeto-piloto do documento nacional de identificação, que reúne CPF e título de eleitor



* * * Extraído do G1 * * *

Servidores do Ministério do Planejamento e do Tribunal Superior Eleitoral serão os primeiros a ter acesso ao documento. Meta do governo é que população possa solicitar o DNI a partir de julho.


Por Bernardo Caram e Guilherme Mazui, G1, Brasília
 

O governo federal lançou nesta segunda-feira (5) o projeto-piloto do Documento Nacional de Identificação, que reunirá, num primeiro momento, o CPF e o título de eleitor.
O documento já havia sido sancionado pelo presidente Michel Temer em 2017. Agora, começa a fase de testes, em que cerca de 2 mil servidores do Ministério do Planejamento e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão começar a usar a nova identificação. A meta do governo é que o serviço esteja disponível para a população a partir de julho.

O TSE, um dos órgãos responsáveis pelo documento, informou que o DNI funcionará de forma digital. O cidadão, quando for preciso, apresentará o documento no celular. Com isso, de acordo com o governo, ficará dispensado de apresentar documentos em papel, como CPF, certidão de nascimento, casamento ou título de eleitor.

Para quem não tiver celular, o governo afirmou que há a possibilidade de o número do DNI constar na carteira de identidade.



Quando o serviço estiver liberado para a população, o DNI ficará acessível a partir de um aplicativo gratuito para smartphones ou tablets, disponível nas plataformas Android e iOS. Será necessário que o cidadão tenha registro biométrico na Justiça Eleitoral.

Segundo o TSE, o DNI “poderá ser baixado pelo cidadão uma única vez e em um só dispositivo móvel, por questão de segurança”.

Ainda de acordo com o governo, o DNI poderá no futuro reunir outros documentos, desde que sejam firmados convênios com órgãos públicos para a integração da base de informações. Um dos exemplos citados foi o estudo de vincular ao DNI a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

'Facilitar a vida'

A cerimônia de lançamento do projeto piloto, no Palácio do Planalto, contou com as presenças de autoridades como o presidente Michel Temer, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministo Gilmar Mendes, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.

“É dever de todos nós colocarmos a evolução tecnológica à serviço do cidadão. É o que fazemos todos hoje com o lançamento do piloto do documento nacional de identificação”, disse Temer em discurso. "A ideia de um documento de identidade todo digital que possamos acessar pelo telefone é muito prática. A vida de tudo mundo de alguma maneira ficará mais fácil", completou.

Dyogo Oliveira destacou que o DNI vai facilitar o dia a dia do cidadão ao reunir diferentes documentos e informações, como bancos de dados do governo federal.

“A partir desse aplicativo você vai ter a integração de outros documentos, junto com a base de dados biométricos que o TSE já vem construindo”, disse. “O cartão do SUS pode ser a próxima fase [de integração ao DNI]”, completou.

Passo a passo

De acordo com o TSE, quem quiser solicitar o DNI terá que seguir os seguintes passos:

·                   Quem já passou pelo cadastramento biométricos a Justiça Eleitoral precisará baixar o aplicativo e realizar um pré-cadastro solicitando o documento digital. Depois, será preciso comparecer a um ponto de atendimento, que pode ser na Justiça Eleitoral (o aplicativo mostrará as opções mais próximas do cidadão).
·                   No ponto de atendimento, serão validados os dados biométricos com duas digitais de quem pediu o documento. Depois da confirmação das informações, será possível emitir o DNI, que aparecerá no telefone ou tablet que tem o aplicativo do documento.
·                   No caso de pessoas que ainda não fizeram a biometria da Justiça Eleitoral, é possível coletar os dados em estados que firmaram convênios com o TSE. Os institutos de identificação destes estados (o tribunal citou como exemplos PR, RS, MT, MS, SC, BA e RJ) enviam ao TSE os dados necessários para iniciar a solicitação do DNI.

Histórico

O DNI surgiu do projeto de Identificação Civil Nacional (ICN), sancionado em maio de 2017 por Temer. A proposta prevê um novo documento, válido em todo território nacional, que unificará dados biométricos e civis dos brasileiros.

O novo documento está a cargo do TSE e as informações ficam associadas ao registro biométrico – segundo o tribunal, mais de 73 milhões de pessoas em todo o país já cadastraram suas fotos e digitais.

Documentação para imigrantes

Na cerimônia, também foi assinado um decreto que permitirá a implantação do documento provisório de registro nacional migratório, destinado a imigrantes e refugiados que ingressam no Brasil. A medida ficará sob supervisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que o objetivo é garantir proteção aos imigrantes. Hoje, segundo ela, essas pessoas hoje recebem um protocolo, mas a resposta do pedido leva cerca de três anos. 

Nesse período, eles têm dificuldade de acessar serviços públicos e sofrem com “desconfiança” da população, por não terem documento de identificação.

“O Ministério Público tem recebido notícias de graves ocorrência dos solicitantes de refúgio. São casos de xenofobia, trabalho escravo, tráfico de pessoas e impedimento de acesso a serviços públicos”, disse.

De acordo com a procuradora-geral, o número de pedidos de refúgio no Brasil mais que triplicou entre 2016 e 2017. O número saltou de aproximadamente 10 mil pedidos para 33,8 mil de um ano para o outro.

O presidente Michel Temer afirmou que o projeto marca um avanço na forma de identificação dos estrangeiros, o que permitirá que o governo tenha informações mais completas sobre essas pessoas. Ele também citou benefícios aos migrantes.

“Agora, os solicitantes ganharão um documento que dará acesso a carteira de trabalho, CPF e a possibilidade de abrir uma conta bancária”, disse.


Tags: CNH, CPF, Detran, Documentos, G1, RG, Tecnologia

sábado, 27 de janeiro de 2018

CNH digital vai valer em todo Brasil em fevereiro; veja como é ter uma



* * * Extraído do Portal UOL * * *

Alessandro Reis
Colaboração com o UOL
24/01/2018 04h00Atualizada em 24/01/2018 21h09

CNH no celular está disponível em oito estados; motoristas toparam contar a UOL Carros como é usar
Até o próximo dia 1º de fevereiro os Detrans de todos os 26 estados brasileiros e do Distrito Federal terão de disponibilizar a versão digital da CNH, a chamada CNH-e, aos cidadãos habilitados. A partir da mesma data o documento no celular poderá ser apresentado a autoridades de trânsito no lugar da Carteira Nacional de Habilitação tradicional, de papel -- que segue sendo emitida e válida.
Atualmente, oito estados (Acre, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rio Grande do Sul, Tocantins) e o DF já emitem o documento eletrônico, cuja consulta é feita por celulares e tabletes por meio de um app gratuito -- e compatível com sistemas operacionais Apple iOS e Android.
UOL Carros falou com dois dos primeiros usuários da CNH-e: o engenheiro Fernando Lopes Maia, de Porto Alegre (RS), e a funcionária pública Nayara Zanolle Neves, 23, moradora de Vitória (ES).

Fernando Lopes Maia topou contar como está sendo o uso da CNH-e no dia a dia e autorizou a reprodução das imagens de seu documento virtual para esta reportagem -- claro, borramos as informações pessoais para proteção de suas informações pessoais.
"Para mim, é muito mais lógico levar o celular em vez de uma carteira cheia de documentos, que você pode perder e depois precisa tirar de novo. Se eu perder o telefone, posso facilmente bloqueá-lo e instalar de novo os aplicativos em um novo", apontou o engenheiro.

Aplicativo da CNH digital já está disponível nas lojas iTunes (iOS) e PlayStore (Android)Imagem: Arquivo pessoalSegundo ele, o processo para solicitar a habilitação virtual levou apenas dois dias e foi algo "simples", mas com ressalvas. "Gente como meu pai, motoristas mais velhos ou cidadãos menos acostumados com novas tecnologias, por exemplo, terão alguma dificuldade", relatou. 
Por quê? Segundo Maia, falta um tutorial em linguagem simples. "O Denatran tem as informações e o passo a passo em seu site oficial, mas falta um tutorial com dicas 'mastigadas' e interface amigável", avaliou, afirmando que animações ou vídeos seriam bem-vindos.
É bom frisar que não adianta ter direito à CNH digital e não possuir um "certificado digital" -- um protocolo eletrônico que traz informações sobre identificação e histórico de contribuinte. É com esse certificado que sistemas eletrônicos como o da CNH-e identificam cada cidadão, funcionando ele próprio como uma assinatura virtual. Existem empresas que emitem o "certificado digital" (quem já tem um e-CPF, por exemplo, não precisa de novo certificado), mas os próprios Detrans estaduais fazem o processo, com o comparecimento presencial.
"Fiz por meio do CPF eletrônico, que é pago e oferecido por empresas certificadoras, mas tem anuidade de aproximadamente R$ 200. Depois de informar o CPF, recebi um código para ativar o aplicativo e depois criei uma senha que preciso preencher cada vez que acesso a CNH-e", explicou Maia.
No caso de Nayara Neves, a CNH-e foi tirada na primeira quinzena de janeiro. A servidora púbica obteve a habilitação definitiva no ano passado e o documento já veio com o QR  Code -- requisito para solicitar a versão eletrônica.

Nayara Zanolle Neves exibe a CNH-e em seu smartphoneImagem: Arquivo pessoal"Estou usando há alguns dias e optei porque facilita muito. Não tenho mais a necessidade de usar o documento de papel, que posso perder e depois é complicado para tirar de novo", relata.
Em relação ao processo de solicitação, Nayara considera que foi rápido e fácil. "Já tinha meu e-mail e número de celular cadastrados e isso agilizou o processo. Segui o passo a passo informado no site do Detran, baixei o aplicativo e logo estava com ele funcionando no meu celular", conta.
Tanto o usuário do Rio Grande do Sul quanto a do Espírito Santo informaram que ainda não precisaram apresentar a habilitação digital a nenhum agente de trânsito. Ambos, porém, acreditam que deve ser questão de tempo para que isso se torne frequente nas fiscalizações.
De fato, parece ser um processo um tanto quanto criterioso, sobretudo para quem não está acostumado ao ambiente digital. O que fazer? Primeiro, vale salientar que a CNH-e não é obrigatória, ou seja, se você não quiser, não precisa aderir. De toda forma, UOL Carros lista o beabá para quem quiser.
Como pedir a CNH-e? E o app?
1. Verifique se sua CNH de papel foi emitida a partir de maio de 2017. Se sim, ela deverá possuir um "QR Code" -- uma espécie de código de barras em formato quadrado -- no verso. Se tiver, vá ao próximo passo. Se não tiver, aguarde pelo momento da renovação.

2. Tem o QR Code na CNH? Faça o cadastro no Portal de Serviços do Denatran.
3. Fez o cadastro? Baixe o aplicativo da CNH Digital na iTunes (iOS) ou PlayStore (Android). 




No app, para acessar a habilitação, é preciso digitar uma senha de 4 dígitosImagem: Arquivo pessoal4. Baixou? Verifique se você já possui o "certificado digital" pelo app. Não tem? Então visite o Detran de emissão da sua CNH impressa e garanta o cadastro. Outra opção é emitir junto a empresas que prestam este tipo de serviço. Quem tem e-CPF, por exemplo, já possui o certificado e não precisa de outro..

5. Com todos os itens anteriores garantidos, solicite o código de ativação para a CNH Digital, que será enviado por e-mail.

6. No aplicativo, use a senha de acesso ao Portal do Denatran (o login é seu CPF) e digite o código de ativação.

7. O app vai pedir a criação de uma senha simples, de quatro números, que o usuário precisará digitar toda vez que acessar a CNH-e.
Ufa! Após todos esses passos, o aplicativo exibe uma reprodução da frente, verso e do "QR Code" da CNH. Esta exibição é que permite ao motorista deixar a CNH de papel em casa.
E aí, Denatran?
UOL Carros também consultou o Denatran para tirar dúvidas em relação à carteira eletrônica.
Uma deles se refere aos motoristas que estejam com a CNH suspensa ou cassada. De acordo com o órgão, documentos nessas condições serão bloqueados a cada atualização do app. UOL Carros estranhou a ausência, por exemplo, a ausência de uma tela do aplicativo que indique o total de pontos do motorista. Por ora, essa informação ainda precisa ser verificada junto aos portais dos Detrans, o que gera trabalho extra para o motorista que quiser se inteirar de sua situação. 
Quando será necessário renovar a e-CNH? Segundo a entidade, o processo de renovação segue o mesmo. E isso também vale para quem está tirando a CNH pela primeira vez, já que atualmente é exigido que o motorista tenha a versão impressa para emitir a digital.
Apenas "futuramente", nas palavras do Denatran, o motorista vai poder escolher apenas a CNH-e como documento único de habilitação.


Tags:  CNH, Detran, UOL

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Veja mudanças nas certidões de nascimento, casamento e óbito que passam a valer nesta terça



* * * Extraído do Portal G1 * * *

Registros serão emitidos com número de CPF obrigatoriamente. Nome do padrasto poderá constar na certidão de nascimento.
 

Por Bom Dia SP, São Paulo

  
 

As certidões de nascimento, casamento e óbito passam a ser diferentes a partir desta terça-feira (21). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mudou os registros que passaram a conter, entre outras coisas, o número do CPF. A intenção é a de que o documento se torne o número de identidade civil único.

Outra mudança é que os documentos passam a levar o termo "filiação" e não mais o termo "genitores". De acordo com o governo, é possível o recém-nascido ter dois pais, duas mães, uma mãe e dois pais e assim por diante.
 
O mesmo vale para casais que tenham optado por técnicas de reprodução assistida, como é o caso da barriga de aluguel e da doação de material genético. Todas as mudanças passam a valer em todo o Brasil. O nome do padrasto poderá constar na certidão de nascimento.

Nas certidões de óbito, o lançamento de todos os documentos permitirá o cancelamento automático dos documentos do falecido pelos órgãos públicos, contribuindo para a diminuição de fraudes.


Em setembro, o presidente Michel Temer sancionou a lei que muda as regras para registro de nascimento e casamento, que, entre outros pontos, permite que a certidão de nascimento indique como naturalidade do bebê o município de residência da mãe, em vez da cidade onde ocorreu o parto. 

Defensores das mudanças nas regras de registro argumentavam que pequenos municípios não têm maternidades, o que obriga as grávidas a se deslocarem para outras cidades para darem à luz. Nesses casos, pode acontecer de o bebê ser registrado em uma cidade com a qual os pais não têm vínculo afetivo. 
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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Paulo Silvino, ator e humorista, morre aos 78 anos no Rio


Paulo Silvino posa com Serginho Groisman, Belo e Suzana Vieira durante gravação do programa Altas Horas em julho de 2014 (Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo) 

* * * Extraído do portal G1 * * * 

Silvino estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, programa humorístico que satirizava a programação das emissoras de TV. Ele morreu aos 78 anos e lutava contra um câncer no estômago.

  
Por G1 Rio
 


Morreu, na manhã desta quinta-feira (17), aos 78 anos, o ator Paulo Silvino, que lutava contra um câncer no estômago. Segundo a Central Globo de Comunicação, o humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início da manhã. Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo Silvino, lamentou a morte do pai. "Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado".

“Ser comediante nasceu por acaso. Talvez seja pela minha desfaçatez, porque eu nunca tive inibição de máquina. Tenho tranquilidade com a câmera e tive vantagem em televisão por isso. O riso dos cinegrafistas é o meu termômetro”. Paulo Silvino.

Segundo a família, Silvino chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, mas o câncer se espalhou e a opção da família foi que ele fizesse o tratamento em casa. A filha do humorista, Isabela Silvino, também usou as redes sociais para falar sobre a morte do pai. "Amigos, obrigada por todas as mensagens. Ainda estou naquele processar isso tudo. Mas posso dizer que ele foi bem. Sem sofrer.", afirmou.

Os amigos também lamentaram a morte de Silvino. “Um dia triste. O Paulo Silvino é um super artista. A gente falando aqui nesses tempos de Pop Star (programa dominical da TV Globo), é bom lembrar que o Paulo Silvino foi um dos primeiros pop star do Brasil, um dos primeiros atores que cantava, teve disco gravado na época da Jovem Guarda, foi roqueiro, quer dizer, foi um homem de mil facetas. E pra mim, em especial, ele foi uma espécie de padrinho porque minha primeira aparição na TV foi junto dele no Balança Mais Não Cai e eu tinha só oito anos de idade. Quero mandar meus sentimentos para a família”, disse o amigo e também ator Lúcio Mauro Filho.

O artista estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, programa humorístico que satirizava a programação das emissoras de TV.

·                   Veja fotos da carreira do ator

Paulo Ricardo Campos Silvino cresceu nas coxias do teatro e nos bastidores da rádio. Isso porque seu pai, o comediante Silvério Silvino Neto, conhecido por realizar paródias de figuras públicas no Brasil dos anos 1940 e 1950, levava o menino para acompanhar seu trabalho. Paulo Silvino também mostrava talento para a música, revelado durante as aulas que tinha com a mãe, a pianista e professora Noêmia Campos Silvino.

“Eu nasci nisso. Com seis, sete anos de idade, frequentava os teatros de revista nos quais o papai participava. Ele contracenava com pessoas que vieram a ser meus colegas depois, como o Costinha, a Dercy Gonçalves.”, disse o ator em entrevista ao Memória Globo.












Vida artística
Autor de bordões que não saem da boca do povo, Paulo iniciou a carreira no rádio, mas já nos anos 1960 se juntou ao elenco da TV Rio. Entre idas e vindas na Globo, estrelou Balança Mas Não (1968) e teve destaque nos programas humorísticos Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Uau, a Companhia (1972), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976), e Viva o Gordo (1981). Em Zorra Total (1999), seu personagem Severino (que analisa "cara e crachá") se tornou popular.

Silvino nasceu no Rio de Janeiro em 27 de julho de 1939 e pisou num palco pela primeira vez aos nove anos de idade, quando se atreveu a soprar as falas para um ator de uma peça que o pai participava. Na adolescência, ele se apresentava como crooner de um conjunto de rock, acompanhado por músicos como Eumir Deodato (acordeon), Durval Ferreira (guitarra) e Fernando Costa (bateria).

Seu lado cômico já se manifestava durante os números do quarteto. Quando cantava Singin' in the Rain, por exemplo, costumava abrir um guarda-chuva no palco. A primeira performance profissional aconteceu em 1956. Anunciado como Paulo Ricardo, para evitar associações com o pai, cantou dois sucessos de Little Richards para a platéia do Programa César de Alencar, na Rádio Nacional. Durante a apresentação, rasgou as próprias roupas e, apoteoticamente, comeu o medalhão de "ouro" que estava usando, na verdade, um biscoito pintado de amarelo.

Na década de 1970, o comediante trabalhou nos programas Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Uau, a Companhia (1972), Satiricom (1973) e Planeta dos Homens (1976). Deixou sua marca como intérprete de personagens lunáticos e criou bordões absurdos como "Ah, eu preciso tanto!", "Eu gosto muito dessas coisas!", "Guenta! Ele guenta!", "Ah, aí tem!" e "Dá uma pegadinha!".


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