terça-feira, 21 de março de 2023

Dia do pão francês: saiba curiosidades da iguaria que nasceu no Brasil no século 20

 

Pão francês do Café Ernesto, em Brasília — Foto: Divulgação


* * * Extraído do Portal G1 * * *

Receita brasileira é comemorada nesta terça-feira (21). Inspiração na baguete francesa originou o nome do pão que é sucesso entre famílias do país.

Por Iana Caramori, g1 DF

21/03/2023 06h09  Atualizado há uma hora

 

Pão francês, pão de sal, cacetinho, pão de Jacó. Os nomes diferem de acordo com a região do Brasil, mas a receita é a praticamente mesma, assim como a popularidade entre a população. Por isso, o pãozinho que é quase unanimidade na mesa dos brasileiros tem um dia só para ele, comemorado nesta terça-feira (21).

De francês, ele só tem o nome. O gastrólogo Altino Moura, do Instituto Gastronômico das Américas (IGA), em Brasília, explica que a receita é brasileira e é apenas inspirada na culinária francesa. A sua primeira aparição foi no Rio de Janeiro.

"No século 20, os brasileiros que eram mais ricos viajavam para França, e lá tinha um pão de casca dourada, miolo branco, bem saboroso e cheiroso. Eles queriam trazer essa receita para cá e pediram para padeiros [franceses] ensinarem os brasileiros a replicar essa receita aqui", conta o professor.

O objeto de desejo desses brasileiros era a baguete, tradicional até hoje na França. Apesar dos ingredientes terem continuado os mesmos quando chegaram às terras brasileiras — farinha de trigo, sal, fermento e água —, a receita ganhou uma identidade verde e amarela. Deixou de ser um pão comprido para ter um formato menor e mais redondo.

O gastrólogo aponta que não há um registro do motivo da mudança no formato do pão. No entanto, a origem da receita que inspirou a adaptação seria o motivo para o nome que usamos hoje em algumas partes do Brasil. "Como se fosse uma homenagem", completa Moura.

 

Não tem segredo

 

Pão francês — Foto: Divulgação


O gastrólogo Altino Moura explica que não há segredo na hora de fazer o pão francês. É preciso apenas estar atento à técnica certa. "Obedecendo essas regras, qualquer um dentro de casa consegue fazer", afirma o professor.

"Existe na panificação a pré-fermentação, que acelera a fermentação para que a gente consiga concluir o pão com mais êxito, já que o ambiente em volta interfere no fermento", afirma Moura.

Para fazer a pré-fermentação, o gastrólogo explica que é preciso misturar 10% da farinha de trigo total da receita com água e fermento biológico seco.

 

 

Mais leve

 

chefe de produção do Café Ernesto, em Brasília, Marta Liuzzi — Foto: Divulgação


Recentemente, a fermentação natural tem ganhado mais adeptos, devido aos benefícios para a saúde. A chefe de produção do Café Ernesto, em Brasília, Marta Liuzzi, explica que a prática ajuda, por exemplo, na digestão e na preservação dos nutrientes pelos alimentos.

Ela conta que há cinco meses a casa acrescentou o pão francês ao cardápio por pedido dos clientes. "As pessoas procuravam", lembra. A diferença do pãozinho do café para a receita mais tradicional está no uso do levain, um fermento natural, e do azeite.

"Começa a ser feito às 16h e é assado às 4h da manhã. É uma novidade muito boa e está tendo uma adesão excelente. Já está ganhando seus fãs", diz a chefe Marta Liuzzi.

  

Veja como o pão é chamado em diferentes regiões do Brasil:

 

·         Distrito Federal: pão francês

·         Bahia e Minas Gerais: pão de sal

·         Rio Grande do Sul: cacetinho

·         Ceará: carioquinha

·         Rio Grande do Norte: pão de água

·         Pernambuco: pão de Jacó

·         São Paulo: pão filão

 

Tags: Brasil, Educação, G1, Notícias, Padaria, Pão Francês, Pãozinho, São Paulo

sábado, 18 de março de 2023

CPF será número único de identificação do cidadão, determina lei sancionada

 


Da Agência Senado | 12/01/2023, 13h29

Fonte: Agência Senado

 

* * *  Extraído do Portal Senado * * *

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quarta-feira (11) a Lei 14.534, de 2023, determinando que o número do Cadastro da Pessoa Física (CPF) seja adotado como único número do registro geral (RG) no Brasil. A nova identificação só passará a valer integralmente, no entanto, após adequações feitas por órgãos públicos.

Quando o PL 1.422/2019, que originou a lei, foi aprovado no Senado, em setembro, o relator, senador Esperidião Amin (PP-SC), afirmou que a medida favorece os cidadãos, especialmente os mais pobres.

— O objetivo é determinar um único número ao cidadão para que possa ter acesso a seus prontuários no SUS, aos sistemas de assistência e Previdência Social, tais como o Bolsa Família, o BPC [Benefício de Prestação Continuada] e os registros no INSS. Também às informações fiscais e tributárias e ao exercício de obrigações políticas, como o alistamento eleitoral e o voto. A numeração do CPF será protagonista, e os indivíduos não mais terão que se recordar ou valer-se de diferentes números para que os diversos órgãos públicos, bases de dados e cadastros os identifiquem. A ideia é mais do que saudável, é necessária, é econômica. Um número único capaz de interligar todas as dimensões do relacionamento do indivíduo com o Estado e com todas as suas manifestações — explicou Amin.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) também manifestou-se favorável.

— É a coisa mais simples, mais lógica, mais racional que se pode fazer: cada cidadão com um número, um CPF para valer para todos os seus documentos.

Amin acrescentou que Santa Catarina adotou de forma pioneira o CPF como número de identificação ainda em 2021.

Como vai funcionar

Pela lei 14.534, o número de inscrição no CPF constará nos cadastros e documentos de órgãos públicos, no registro civil de pessoas naturais ou nos conselhos profissionais (como certidões de nascimento, de casamento ou de óbito); no Documento Nacional de Identificação (DNI); no Número de Identificação do Trabalhador (NIT); no registro do Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); no Cartão Nacional de Saúde; no Título de Eleitor; na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); na Carteira Nacional de Habilitação (CNH); no certificado militar; na carteira profissional; e em outros certificados de registro e números de inscrição existentes em bases de dados públicas federais, estaduais e municipais.

Os novos documentos emitidos ou reemitidos por órgãos públicos ou por conselhos profissionais terão como número de identificação o mesmo número do CPF. Quando uma pessoa requerer sua carteira de identidade, por exemplo, o órgão emissor terá que usar o mesmo número do CPF.

Pela lei, os cadastros, formulários, sistemas e outros instrumentos exigidos dos usuários para a prestação de serviços públicos devem ter um campo para o registro do CPF. O preenchimento será obrigatório e o suficiente para a identificação do cidadão, vedada a exigência de apresentar qualquer outro número. Ou seja, no acesso a serviços e informações, no exercício de direitos e obrigações ou na obtenção de benefícios perante órgãos federais, estaduais e municipais ou serviços públicos delegados, o cidadão terá que apresentar só o CPF ou outro documento com o número do CPF, dispensada a apresentação de qualquer outro documento.

A Lei 14.534 já está em vigor, mas o texto prevê um prazo de 12 meses para que os órgãos façam a adequação dos sistemas e processos de atendimento aos cidadãos. Já o prazo para que os órgãos façam as mudanças para que os sistemas se comuniquem a partir do CPF é de 24 meses.

Vetos

O Executivo vetou o prazo de 90 dias para que o Poder Executivo regulamente a lei. Para o governo, é inconstitucional o Poder Legislativo fixar prazos de regulamentação de leis ao Poder Executivo, pois entende que isso viola o princípio da separação dos Poderes.

Também foi vetado um artigo determinando que a Receita Federal deveria atualizar semestralmente sua base de dados com os resultados obtidos de batimentos eletrônicos realizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), visando evitar a concessão em duplicidade de CPF para uma mesma pessoa. O governo lembrou que a Receita já tem um convênio com o TSE desde 2010, em que recebe os dados mensalmente, e também possui acesso on-line à base do TSE. Em contrapartida, a Receita também disponibiliza acesso on-line à base CPF ao TSE. Sendo assim, o prazo de seis meses para o TSE encaminhar dados do cadastro eleitoral à Receita seria um retrocesso ineficaz.

Os vetos do governo serão agora analisados pelo Parlamento, em data a ser definida, e poderão ser derrubados.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Tags: Atualidades, Brasil, CPF, Documentação, Documentos, Notícias, Novo CPF, Receita Federal, Senado Federal

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Governo lança carteira de identidade nacional e CPF será identificação padrão

 


Vinícius Valfré - 23 de fev

* * * Extraído do Portal MSN * * *

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto, nesta quarta-feira, 23, que estabelece para os cidadãos uma carteira de identidade nacional. O número do CPF passará a ser adotado como padrão de identificação no País.

A substituição será gradativa e as pessoas não precisam procurar os órgãos que emitem os documentos neste momento. Os institutos estaduais responsáveis pela emissão têm até março do ano que vem para estar aptos ao novo serviço. Os cidadãos terão dez anos para atualizar a documentação. Haverá versão física e digital do documento.

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A medida, segundo o governo, tem o objetivo de desburocratizar o acesso e evitar fraudes. Com o novo decreto, o governo pretende acabar com a possibilidade de emissão duplicada para a mesma pessoa em Estados diferentes. Hoje, cada unidade da federação pode emitir uma carteira.

De acordo com o secretário especial de modernização do Estado, Eduardo Gomes da Silva, o novo documento terá um código QR no qual as pessoas poderão incluir as informações pessoais que poderão ser acessadas por instituições públicas e privadas.

"O código será abastecido com aquilo que o cidadão autorizar. A nova carteira segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)", destacou.

Assim como a atual carteira de identidade, o novo documento poderá ser utilizado para viagens internacionais por países do Mercosul. No entanto, não substitui o passaporte nem nenhum outro documento, como a Carteira Nacional de Habilitação.

A emissão do novo documento será gratuita.

Tags: Atualidades, Brasil, MSN, Notícias, RG

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Anvisa aprova por unanimidade uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da CoronaVac


 

* * * Extraído do Portal G1 * * *

 

Instituto Butantan já havia obtido autorização para aplicação de 6 milhões de doses que chegaram prontas da China. Novo pedido aprovado se refere a doses envasadas no Brasil

 

Por Gustavo Garcia, Paloma Rodrigues e Luiz Felipe Barbiéri, G1 e TV Globo — Brasília

 

 

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira (22) por unanimidade o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

 

O pedido foi feito pelo Butantan na segunda-feira (18). Um primeiro lote com 6 milhões de doses da CoronaVac já tinha sido liberado no último domingo (17) para aplicação emergencial.

Essa fração chegou pronta da China e começou a ser distribuída em todo o país pelo Ministério da Saúde nesta semana (saiba mais ao final desta reportagem).

 

O novo pedido de autorização é para o uso emergencial de todas as doses envasadas pelo Butantan.

 

As doses do primeiro lote foram integralmente fabricadas na China e enviadas ao Brasil em frascos já prontos para aplicação, com uma dose por recipiente.

Já as doses aprovadas nesta sexta pela Anvisa foram feitas com a matéria-prima enviada pela Sinovac ao Butantan, que finalizou a produção e envasou as 4,8 milhões de doses em frascos contendo dez doses cada um.

 

De acordo com a Anvisa, as dez doses devem ser aplicadas no prazo de oito horas após o recipiente ser aberto. A agência alerta para o fato de que, passadas oito horas da abertura do frasco, não é possível garantir a integridade e a pureza da vacina.

As doses em frascos fechados, que nunca foram abertos, têm, segundo a Anvisa, prazo de validade de 12 meses, de acordo com as primeiras análises.

 

Segundo a Anvisa, os frascos precisam ser armazenados em temperatura entre dois a oito graus, mas suportam, fora dessa temperatura, tempo suficiente para a aplicação nas pessoas.

 Apresentações técnicas

Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, fez uma apresentação técnica sobre o pedido do Instituto Butantan e, ao final, recomendou a aprovação para uso emergencial, frisando que há ausência de “alternativas terapêuticas” para o tratamento da Covid-19.

 

“Tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos, ausência de alternativas terapêuticas específicas para a Covid, recomendamos a aprovação dessa vacina nessas condições, mas com monitoramento das incertezas”, disse Gustavo Mendes.

 

Ele destacou que a armazenagem das doses em uma câmara fria deve ser feita em uma temperatura entre dois e oito graus. Segundo Mendes, armazenar os imunizantes nessas condições “preserva a vacina da melhor maneira".

 

O gerente-geral de Medicamentos disse ainda que, desta vez, o frasco da vacina é do tipo multidose, com dez doses. O primeiro pedido fez referência a frascos do tipo monodose, ou seja, contendo dose única.

 

A recomendação, segundo Gustavo Mendes, é de que as dez doses sejam utilizadas em um prazo de até oito horas após a abertura do frasco.

 

“Se essas dez doses não forem utilizadas em até oito horas, nós não conseguimos garantir a integridade e a pureza da vacina. Então, além de determinar esse prazo de até oito horas para que a vacina seja utilizada, a nossa preocupação é que as técnicas assépticas para manuseio estejam atentas para que não haja qualquer risco de contaminação desse frasco durante o uso”, afirmou.

 

O gerente-geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa, Fabrício Carneiro de Oliveira disse na apresentação técnica que, em mais de 5 mil unidades envasadas analisadas, não foi identificada nenhuma unidade contaminada após a incubação, o que “demonstra que os procedimentos estão adequados para permitir que não haja contaminação involuntária”.

“O parecer é que as informações prestadas demonstram o cumprimento das boas práticas e justificam o uso emergencial da vacina. Nos manifestamos pela aprovação de eventuais novos pedidos de uso emergencial nos moldes já apresentados neste momento, ou seja, vacinas importadas prontas bem como o granel formulado pela Sinovac com envase e acondicionamento pelo Butantan”, disse.

 

Votos

Após as apresentações técnicas, a relatora Meiruze Freitas votou pela aprovação do pedido de uso emergencial do segundo lote de vacinas CoronaVac.

“Entende-se que esses [dados e esclarecimentos] são suficientes para dar suporte a autorização para apresentação multidose da vacina e para o processo de envase no Instituto Butantan. Para a apresentação multidose, foi aprovado o prazo provisório de 12 meses”, disse.

 

Em outro momento do voto, Meiruze Freitas disse que, apesar de algumas incertezas ainda existentes pelo estágio em desenvolvimento da vacina, “os benefícios conhecidos e potenciais da vacina superam os riscos”.

 

“A vacina CoronaVac atende aos critérios necessários de qualidade, segurança e eficácia para o uso emergencial. Da mesma forma, como no estudo anterior, faço uma ressalva a um ponto crítico que requer abordagem complementar quanto ao estudo de imunogenicidade. Dessa forma, está mantido o compromisso pelo Butantan de que até 28 de fevereiro os estudos estejam apresentados para a Anvisa”, afirmou a relatora.

 

Meiruze Freitas lembrou que não há medicamentos registrados na Anvisa com indicação específica para o tratamento da Covid-19. Ela também ressaltou que “há poucos tratamentos de suporte disponíveis”.

“Mesmo em um cenário de incerteza, uma vacina contra a Covid-19 segura, capaz de prevenir e reduzir mortalidade e morbidade, pode ser autorizada para uso emergencial, em especial no contexto dessa pandemia”, disse.

 

Após o voto de Meiruze Freitas, os diretores Romison Mota, Alex Campos, Cristiane Jourdan e o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também votaram pela aprovação do pedido de uso emergencial, acompanhando o voto da relatora.

 

“Não importa que críticas infundadas sejam construídas, não importa que críticas sejam feitas por pessoas que nunca conversaram conosco. O que se aprova no dia de hoje é uma modalidade de uso chamada de uso emergencial. Trata-se de um momento em que um balanço entre riscos e benefícios é considerado favorável”, disse Barra Torres ao se manifestar favoravelmente ao pedido do Butantan.

 Pressões e atraso

Na abertura da reunião, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres disse que não faz “nenhum sentido” atrelar o nome da Anvisa às palavras “burocracia” e “atraso”. Ele também afirmou que não “há sentido” em falar de pressões sobre a Anvisa.

 “Somos, sim, os recordistas em tempo de análise bem feita e com segurança para oferecer produtos confiáveis à população”, afirmou o diretor da agência.

“A pressão é uma só: temos que contribuir para assegurar a saúde dos nossos cidadãos”, acrescentou Barra Torres.

 Na sequência, a diretora Meiruze Freitas, relatora do pedido, disse que a Anvisa tem compromisso em avaliar as demandas com “celeridade”, mas “dentro dos critérios que resguardam a qualidade dos produtos que serão utilizados na nossa população”.

 Primeira autorização

primeira autorização da Anvisa para uso emergencial foi concedida por unanimidade no último domingo (17). A vacina CoronaVac e a da Universidade de Oxford tiveram o uso emergencial aprovado contra a Covid-19.

 A reunião que discutiu o tema durou cerca de cinco horas. Os diretores acompanharam o voto de Meiruze Freitas, relatora dos pedidos.

 No caso da CoronaVac, a diretora condicionou a aprovação à assinatura de termo de compromisso e publicação em "Diário Oficial".

 Ao proclamar o resultado, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou:

"A imunidade com a vacinação leva algum tempo para se estabelecer. Portanto, mesmo vacinado, use máscara, mantenha o distanciamento social e higienize suas mãos. Essas vacinas estão certificadas pela Anvisa, foram analisadas por nós brasileiros por um tempo, o melhor e menor tempo possível. Confie na Anvisa, confie nas vacinas que a Anvisa certificar e quando ela estiver ao seu alcance vá e se vacine."

 Tags: Brasil, Brasileiros, COVID-19, CORONAVAC, Corona Vírus, G1, Mundo, Notícias, Vacina, Vacinação, São Paulo

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Ele é 10, Pelé é 80


 

Mauro Beting

Yahoo Esportes 23 de out. de 2020 09:42

 * * * EXTRAÍDO DO PORTAL YAHOO * * *

 Ele é Pelé há 64 anos, quando chegou ao Santos - o clube de Pelé.

Há 63 anos Ele vestiu a amarelinha pela primeira vez - a seleção de Pelé.

Há 62 anos Ele conquistou o mundo pela primeira das três vezes - o mundo de Pelé.

Errei: do planeta que não é de Pele por Ele ser de outra galáxia. Com o devido respeito a Três Corações, o Pelé dos 1000 gols é ET.

Todo mundo tem história com Ele. Também por ninguém saber tabelar com a gente como Ele. Ninguém atende tão bem as pessoas que não conhece quanto Edson conhecido por todas elas. Todas ganham atenção e autógrafo, selfie e sorriso. Até nisso Pelé é Pelé.

Eu adoraria dizer que não esqueço o único gol que vi Dele no estádio, no Morumbi, no empate com o meu Palmeiras, em 1973. Mas eu não vi. Meu pai tanto falou Dele que eu morri de medo e toda vez que a bola passava pelo meio-campo eu fechava os olhos para não ver Pelé pelezar.

Por isso não O vi marcando o gol naquele domingo. Um clássico numa tarde de sol: gol de Pelé.

Como o daquele dia de Maracanã contra o Fluminense, em 1961. Quando Ele driblou o Tricolor inteiro para marcar mais um golaço. O que inspirou o editor Walter Lacerda e o jornalista Joelmir Beting a criarem uma placa em homenagem à obra-Pelé.

Uma placa que em 1999 o próprio Pelé deu ao meu pai. Em retribuição do autor do Gol de Placa ao autor da placa do gol.

O maior prêmio que minha família recebeu.

Mas eu ainda ganharia outro, por ser curador da exposição das Copas do Rei do Museu Pelé. Onde uma vez levei meu filho para um evento que apresentei com o Rei. Ele perguntou o nome do meu caçula e disse em seguida: "Gabriel, você tira uma selfie comigo"?

Isto é Pelé. Ou melhor. É o Edson que sabe o tamanho universal do Pelé. Um Beatle que lançou o último disco em 1977. Um Fellini que dirigiu o último filme em 1977. Um Michelangelo que pintou a última capela em 1977. Um Leonardo da Vinci que criou a última obra em 1977.

O Pelé do futebol é o Pelé.

Não é 8 ou 80. É 10. É 80. É mais de mil gols. É tri.

É do Pelé.

Perdão por falar de coisas pessoais. Mas com Ele é assim. Ele nos faz mais pessoal. Ele nos faz acreditar mais nas pessoas. Saber separar o que o Édson erra como humano e o que Pelé acertou como ser além disso e de tudo.

Tão Pelé que até quando errou o gol do meio-campo em 1970, quando cabeceou a bola que Banks fez uma defesa de Pelé no México, e quando não fez o golaço no drible da vaca no goleiro uruguaio, Pelé foi mais que todos.

Até não fazer gol é mais genial com Pelé. É mais Pelé que genial.

Pele é Rei na democracia mundial do futebol. Mas é rei de real, não da nobreza, por fazer reais os lances irreais. É rei não por não perder a majestade. É rei por fazer simples as coisas complexas. É real a sua obra por levar o Brasil ao mundo e nos trazer três vezes o mundo pra casa.

Pelé não perde a majestade por ser simples. Por ser Pelé em cada trato mais do que pessoal. Por não levar o trono no bolso como levou rivais na bola.

Pelé faz 80 assim celebrado por ser 10 em tudo lá dentro. O cidadão do mundo de outro planeta faz tudo ficar maior do que é.

Ele nos deu o sonho real. Ele nos deu o mundo.

A gente de tanto falar Dele acha que pode chegar perto.

Afinal, quem um dia não sonhou ser Pelé?

Eu não. Porque nem Pelé em sonho supera o Rei real.

Edson Arantes do Nascimento. Você tem o nome do gênio que inventou a lâmpada. Como o Thomas, Edson não é o gênio da lâmpada. Mas ilumina com o mesmo mantra do inventor de quase tudo: o gênio consiste em um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração.

É você, rei. Parabéns, terráqueos.

Obrigado, Pelé. O moço de Três Corações.

Ou quatro.

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