* * * Extraído do
Portal G1 * * *
Maria
Rita Francisca de Sousa tinha 13 anos quando deu à luz pela primeira vez e
foram gêmeos. Ela batalhou muito e fazia trabalhos pesados na roça para
sustentar todos os filhos.
Que o
sentimento de ser mãe é um dos maiores exemplos de amor, ninguém duvida. Isso é
o que prova Maria Rita Francisca de Sousa, de 57 anos que também é exemplo de
força e perserverança. Moradora de uma comunidade quilombola em Araguatins, a
mulher deu à luz 25 filhos, todos em partos naturais. Ela conta que foram
inúmeros os desafios enfrentados durante a criação e sempre teve orgulho de ser
mãe. Atualmente ela tem 11 filhos vivos e mais de 40 netos e bisnetos.
A mulher enfrentou a fome e muitas outras dificuldades
durante a criação dos filhos. O trabalho pesado desde muito nova a fez ter
problemas de saúde. Ela precisou trabalhar com plantação de arroz e muitos
outros serviços da lavoura. "Eram muitos e eu tive que me virar para criar
todos eles. Roçava, produzia sabão e carvão, quebrava coco, fazia azeite, tudo
isso para o sustento deles. Eu batalhei muito, mas valeu a pena", conta.
A mulher lembra que os desafios começaram antes mesmo de
ter filhos. Na infância ela fazia trabalhos pesados para ajudar a mãe a criar
os irmãos mais novos. "Ia para a roça com ela todos os dias".
Rita diz que o primeiro parto foi aos 13 anos, quando
teve gêmeos. Com o primeiro companheiro ela ainda teve mais 14 crianças. Após a
separação mais nove filhos nasceram. "Era um filho atrás do outro. Eu
contava na hora do almoço e de dormir". O último parto foi aos 40 anos.
A estudante Luzineide de Sousa, de 17 anos, é a filha
mais nova de Rita. Para ela, a mãe é um exemplo de dedicação. "Tenho muito
orgulho e muita gratidão por ela ser essa guerreira. Mesmo tendo tido muito
trabalho na nossa criação, ela conseguiu."
Uma das filhas, Beatriz Francisco de Sousa, de 27 anos,
diz que reconhece os sacrifícios feitos pela mãe. "Falar dela é falar de
luta. Tudo que ela fez foi para não deixar faltar nada para nenhum de nós. Hoje
nós damos todo o carinho que ela precisa e tentamos retribuir esse amor de
alguma forma. É uma alegria muito grande ter ela conosco", disse.
Hoje, apesar da tristeza de não ter
todos os filhos vivos, ela diz que os que estão presentes retribuem o amor dado
por ela anos atrás. Ela mora com o companheiro, uma filha e um neto, que cria
desde o seu nascimento. "Os que estão perto de mim, cuidam muito bem. Me levam
no hospital, me dão remédios. Eu sou muito grata".
Tags: Dias das Mães,G1,
Filhos, Mãe, Quilombola, Tocantins
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