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Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
08/07/201506h01
Pagamento de boleto exige atenção de consumidores; golpes são
feitos via web e Offline
O boleto bancário é uma
modalidade de pagamento bem característica do Brasil. Ele se popularizou no
país, pois é uma alternativa para as pessoas que não têm conta em banco pagarem
títulos ou para quem não tem um cartão de crédito. Dada a popularidade desses
títulos, vários golpistas aproveitam esse tipo de documento para enganar os
consumidores.
"O
sistema de boletos é da década de 1980 e, com a modernização, o processo para
gerá-los na internet passa por uma página web, o que dá margem para alteração
de dados", explica Fábio Assolini, analista sênior de segurança da empresa
de antivírus Kaspersky, sobre os perigos da forma de pagamento.
De
acordo com especialistas consultados pela reportagem, há diversas formas de
burlar boletos pela interent ou mesmo maneiras "offline" que são
usadas por gente mal-intencionada. Veja a seguir como eles funcionam e como
evitar esse tipo de golpe:
Correspondência
Alguns
golpistas conseguem enviar correspondências muito parecidas com as cobranças
originais. "A pessoa paga a fatura falsa e só vai perceber que era a
errada quando chega uma nova cobrança dizendo que a fatura está em
aberto", explicou Soraia Panella, coordenadora de atendimento do
Procon-Rio.
Nesses
casos, os golpistas alteram os dados bancários do documento: em vez do dinheiro
ir para o banco X vai para uma conta do banco Y.
O que fazer: O usuário que suspeitar do boleto deve prestar atenção nos
três primeiros números do documento e no campo "Nosso Número"
(segunda sequência de 12 números do boleto bancário). Por exemplo: uma cobrança
do banco Itaú que comece com o número 237 (do
banco Bradesco) é falsa, pois o número do banco é341. Os
códigos dos bancos podem ser encontrados no site da Febraban (Federação
Brasileira de Bancos): http://www.febraban.org.br/arquivo/bancos/sitebancos2-0.asp
Comparação
entre um boleto falso (acima) e um boleto verdadeiro (abaixo). No primeiro, o
boleto está com logotipo do Banco do Brasil, mas começa com o número 341, do
Itaú; note também que a sequência "Nosso Número" (segundo grupo de 12
números) está diferente no 1º
Outro problema é que boletos
falsos geralmente têm o código de barras alterado para não serem lidos em
leitores de caixa eletrônico ou de aplicativos bancários de celular.
Caso seja impossível realizar a
leitura, o cuidado com os números digitados deve ser redobrado, pois esse
truque geralmente é feito para forçar a pessoa a digitar o número alterado.
Sites
falsos de recálculo de boleto atrasado
Após o boleto vencer, algumas
pessoas buscam na internet páginas para recalcular o novo valor do título com
multas ou taxas embutidas.
Alguns desses sites pedem para
o usuário digitar todas as informações do bolete e prometem gerar uma cobrança
com o valor novo. No entanto, esses sites burlam os códigos do título
substituindo-os para uma conta diferente para transferência.
O
que fazer: Apenas emita boletos no site oficial
do banco ou da empresa que está fazendo a cobrança.
Boletos
via e-mail
Um dos golpes clássicos
envolvendo boleto é o envio de spams com supostas cobranças aos usuários. Eles,
geralmente, chegam com alguma mensagem alarmante do tipo "urgente, boleto
em aberto" ou "sua dívida ainda continua no nosso sistema".
Além disso, há sempre um link
ou anexo que leva o usuário para uma página falsa para gerar o boleto ou
instalar um trojan, que troca os códigos do boleto quando o usuário emitir pela
internet.
O
que fazer: Tome cuidado com mensagens de e-mails
com esse teor. Apenas emita boletos no site oficial do banco ou da empresa que
está fazendo a cobrança. Dificilmente, as empresas fazem cobrança por e-mail.
A Febraban recomenda que as
pessoas usem a forma de pagamento DDA (Débito direto autorizado). Após um
cadastro, a pessoa recebe uma notificação da instituição. A operação só é
efetuada após a pessoa autorizar. Para os interessados, a instituição pede que
os clientes procurem seus bancos.
Ataque
via página clonada
Segundo Assolini, da Kaspersky,
há uma evolução do golpe do boleto que é praticamente transparente para o
usuário. Ela consiste em um ataque feito ao roteador (aparelho usado para
compartilhar a internet do usuário), que altera as configurações desse
equipamento.
"O cibercriminoso injeta
um código em uma página e, automaticamente, abre uma janela pedindo para a
pessoa fazer login nas configurações do roteador. Ao digitar as informações,
isso vai alterar informações do equipamento, que sempre vão levar o usuário
para uma página falsa do banco.
O
que fazer: Conecte-se apenas a redes Wi-Fi
protegidas com senha e mude os dados de acesso às configurações do roteador. De
acordo com o especialista, a maioria das pessoas esquece de trocar essas
informações. Geralmente, o login de acesso é padrão e pode ser facilmente
achado na internet, facilitando a vida dos cibercriminosos.
Extensões
duvidosas
Os navegadores modernos
suportam extensões (programas que executam funções complementares no browser,
como links para programas ou serviços). No entanto, alguns desses arquivos,
sobretudo os que prometem recursos estranhos (como "mudar a cor do
Facebook"), são considerados suspeitos para o especialista de segurança da
Kaspersky.
"Algumas dessas extensões
maliciosas ficam 'inativas' até a pessoa tentar gerar o boleto. Ao realizar o
processo, o título será alterado por um código presente nessa extensão",
disse.
O
que fazer: Procure usar extensões de serviços
confiáveis. Funções mirabolante são na maioria das vezes uma forma de golpistas
obterem dados dos usuários.
Como
se proteger
Usuários
do sistema operacional da Microsoft podem baixar o Windows Removal Tool,
que é um antivírus gratuito e que consegue detectar vírus bancários. Há ainda
várias soluções pagas de programas de segurança com proteção específica para
operações bancárias.
Tags: Banco, Golpe, Notícias, Proteção, UOL
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