* * * Extraído do Portal UOL * * *
SÃO PAULO – Entre os dias 19 e 23 de março, Barack Obama vem para a América Latina para visitar Brasil, Chile e El Salvador. De acordo com a embaixada do país, o presidente dos Estados Unidos se reunirá com líderes e falará à população para tratar de uma grande variedade de temas.
Por aqui, uma das expectativas é que a presidente Dilma Rousseff e Obama falem da inclusão do Brasil no Visa Waiver Program (VWP), que contém as nações que não necessitam de visto para entrar em território norte-americano. "Hoje, o maior beneficiário dessa medida seria o Brasil. É óbvio que ainda vamos ter o impacto no número de brasileiros viajando para os Estados Unidos, mas a possibilidade de crescimento do contrário vai ser bem maior", afirma o presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Eduardo Barbosa.
Ele explica que os EUA já ocupam uma das primeiras posições dos destinos mais procurados pelos brasileiros. "Os números de brasileiros lá estão atingindo o mesmo número dos que vão a Argentina, ou seja, 1 milhão por ano", compara.
Porém, o americano será mais estimulado sem a necessidade do visto. O Brasil até já investe para atrair esse turista, que é o que mais viaja no mundo todo, mas ainda há dificuldades, como podemos observar em cruzeiros marítimos. "As companhias que param seus navios em nossos portos terão mais facilidade para desembarcar os cruzeiristas americanos para eles gastarem aqui", explica.
Com e sem o visto
Para um americano viajar para o Brasil ou um brasileiro ir para os EUA, é necessário um planejamento com certa antecedência. Afinal, ambos precisam apresentar uma série de documentos – como vínculos empregatício e de moradia –, ir pessoalmente ao consulado dos países que vão visitar e pagar uma taxa. São custos financeiros e de tempo que dificultam a decisão de viajar em cima da hora.
Para se ter uma ideia, o processo para um brasileiro tirar o visto começa com o pagamento de uma taxa de R$ 38. Depois disso, é fornecida uma senha para acessar todas as informações por teleatendimento e pelo site da embaixada americana. A senha tem validade de 180 dias após o pagamento e, caso seja necessário reagendar a entrevista, é preciso adquirir uma nova senha.
Em seguida, é o momento de agendar uma entrevista em um dos consulados e preencher o formulário no site https://ceac.state.gov/genniv. Tanto a página de confirmação do agendamento quanto a do formulário devem ser impressas e levadas no dia da entrevista.
De acordo com o portal da embaixada dos Estados Unidos, hoje, a fila de espera para agendar a entrevista do visto em cada consulado é de:
· Brasília: 64 dias
· Recife: 2 dias
· Rio de Janeiro: 73 dias
· São Paulo: 14 dias *
Na possibilidade de o visto não ser mais necessário, Eduardo explica que o passageiro vai precisar apenas entrar no site do departamento de imigração antes de embarcar e cadastrar seus dados básicos sobre a viagem. "Não vai precisar procurar o consulado previamente. Será um cadastro pela internet, sem custos e que dura dois anos", detalha.
Pontos a favor
O visto foi instituído principalmente como ferramenta de combate à imigração ilegal. Porém, Eduardo acredita que a crise que ainda permanece nos EUA, o bom momento da economia brasileira e a demanda por trabalhadores ser maior aqui do que lá são motivos que anulam a preocupação com a imigração ilegal.
Soma-se a isso o fato de a rejeição dos pedidos de visto de brasileiros ser muito pequena. De acordo com os dados preliminares do governo dos EUA, o Brasil teve, em 2010, 5,2% de rejeição de vistos da categoria B (visitantes de negócios, empregados domésticos, estudantes acadêmicos, pesquisadores, férias, turismo e tratamento médico). "Normalmente o país que está com uma demanda tão pequena de recusas é liberado para fazer parte do programa Visa Waiver", explica Eduardo.
Por isso, existe muita expectativa para que o visto não seja mais exigido. E as vantagens são percebidas nos diversos segmentos do turismo, como no de férias e também no de negócios. Eduardo lembra o exemplo da Coreia do Sul, que foi incluída recentemente no VWP e conseguiu incrementar seus negócios com os Estados Unidos.
Outro exemplo é o acordo de isenção de vistos que o Brasil assinou com a Rússia, no ano passado. "Tem uma companhia russa que está viajando com voos fretados para o Rio de Janeiro. Eles começaram isso em janeiro deste ano, fruto dessa política de isenção de vistos", conta.
Liberdade nos céus
Outro debate em torno do turismo entre o Brasil e os EUA está relacionado com o acordo de céu livre, que faz com que não seja necessário um acordo bilateral para incremento de voos entre os dois países.
"Eles querem que isso seja feito de forma livre: se a companhia decidir aumentar a oferta aérea, ela poderá tomar essa decisão independente de uma reciprocidade", explica Eduardo. Ele lembra que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já articula políticas para ampliar a concorrência entre as companhias aéreas e, assim, melhorar os serviços e os preços para o consumidor.
De qualquer forma, os céus abertos para voos entre os dois países, sem dúvida, também são um tema em pauta. "Estamos muito esperançosos de que esses pontos sejam debatidos, pois é de interesse dos dois países e, com certeza, vai incrementar muito os negócios entre Brasil e Estados Unidos", afirma confiante.
* Informações visualizadas no dia 14 de março de 2010.
Tags: Visto do Brasil para os EUA, turismo, Barack Obama
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